8.7.11

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Este artigo de opinião do embaixador de Portugal em França, Francisco Seixas da Costa, publicado em Les Echos.

3 comentários:

Cáustico disse...

Ser ou não ser lixo

A classificação, feita pela agência Moody’s, a Portugal, considerando-o como lixo, corresponde ou não a uma indesmentível realidade?
Sou português e sofro, por isso, com a situação crítica em que a corja do Largo do Rato colocou o país e com os enxovalhos que quotidianamente vêm de todos os lados.
Não sei, e julgo que muito poucos portugueses saberão, qual é a verdadeira situação do país, que só poderá ser talvez considerada digna de aceitação depois de expurgada dos escamoteamentos que constituíram o método desleal, mesmo a roçar a traição, do grande canalha e da sua quadrilha de canalhinhas amestrados.
E o desconhecimento em que estou força-me a questionar se, pelas contas apresentadas em resultado da gestão da quadrilha do Rato, Portugal deve ou não ser considerado lixo, seja qual for a agência que as avalie.
Assis e Seguro aproveitaram a situação criada pela referida agência para virem arengar que afinal o mal não estava no partido (o deles, claro) que estava no governo. O que estes nabos se esqueceram de dizer, por conveniência mais do que evidente, porque lhes convém que o povo continue enganado, que a Moody’s não classifica os governos mas sim a acção dos governos, e esta está bem patente, para nosso mal, nas contas que nos deixaram.
A agência Moody’s diz que sim, e tal classificação provocou no burgo um coro de protestos. Mas reparo, no entanto, que os protestantes não apresentam, como era de sua obrigação, provas irrefutáveis do erro, da maldade da agência americana. Limitam-se a protestar, o que para mim é muito pouco.
O resultado da análise da Moody’s está efectivamente de acordo com a real situação em que o país se encontra ou da parte da agência houve apenas o intuito de proporcionar a alguém uma especulação rendosa? É preciso provar.Enquanto não o fizerem deixem-se das lamúrias habituais de quem não tem juizo.

impensado disse...

Ora eis o que lembra um economista português (a doutorar-se numa prestigiada universidade além Pirinéus:
«Imagine a country whose government didn't run a single budget surplus since (at least) 1976; for that matter, suppose the deficit was never below 2% of GDP; in the period 2001-2010, annual growth for this country averaged approx. 0.5% (corresponding to the 158th best performance worldwide); this country is likely to be the only one to be in a recession in 2012 worldwide. Imagine the story is even more complicated than this. Shouldn't rating agencies warn investors about the risks of buying bonds from such a country?»

Anónimo disse...

Excelente artigo. E, pelos vistos, excelente Embaixador. Só tinha ouvido falar vagamente dele.

Isabel Braga