«Sempre me espantou o modo como passamos o tempo a fazer cenários com base na experiência do passado, sem nunca aprender que, no que mais conta, é o inesperado que acaba sempre por talhar o futuro. E reincidimos constantemente nisto, como se uma instintiva recusa da contingência do mundo e dos seus acontecimentos estivesse inscrita no nossos genes, com tanta força quanta a da necessidade de previsão. É da ilusão assim criada e alimentada que vivem hoje, por todo o mundo, exércitos de analistas – económicos, políticos entre outros – que em geral só acertam no que é completamente irrelevante e continuam a fazer profecias como se isso pouco contasse.»
Manuel Maria Carrilho, in Contingências
Manuel Maria Carrilho, in Contingências
5 comentários:
como politico vive exílio dourado em paris.
um estudante-trabalhador como eu viveu com bolsa de estudo do governo francês em casas de estudantes: Massy (91) e cité (casas da bélgica, marrocos, brasil e portugal), comia nas cantinas (ou no zero de conduite), suportava o bafo das 18h no metro.
os esquerdistas de 68 definiam a vida parisiense em. metro, bulo, dodo. hoje acrescento macdo.
radical livre
Ora aqui está um belo trecho para o "radical livre" perorar!
(já que opina sobre tudo....)
Para o "radical livre": gostava que se identificasse já que tem tanta "história". Depois, o autor do texto que cito não está em Paris, para sua informação. Pode vir a estar. Mas até agora não está.
A alternativa é o "não planeamento", o improvisar constante...
o João Gonçalves cita este texto por o achar, como eu, absurdo (para ser suave) ou porque concorda com ele?
Outra coisa diferente é a indústria nacional dos "pareceres", dos "estudos encomendados", mas não é disso que fala MMC...
Porque concordo. Absurdo é V. pensar que tem alguma coisa a ver com "planeamento",daquele que se "aprende" nas edições Macgraw Hill ou nos manuais estalinistas em vigor em tanto ministério democrático ou nas empresas.
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