Ontem, na rua, um senhor norte-americano entregou-me um prospecto medonho, escrito num português deplorável, onde se misturava Deus com o referendo de 11 de Fevereiro. Interpelei-o e explicou-me, em inglês, que estava cá para "proteger as nossas crianças". Esta mistura de Deus e dos direitos das crianças com o referendo é, por qualquer dos lados que se olhe, intelectual e juridicamente desonesto. É uma questão da sociedade? Sim. É um problema de consciência e um drama em qualquer circunstância? Sim. Equivale a ponderar valores civilizacionais? Sim. Se o "sim" ganhar fica automaticamente banido da sociedade o problema? Não. É uma questão religiosa? Não é. Daqui até de hoje a oito dias, para não espantar a caça - o eleitor - conviria que o argumentário de ambos os lados fosse mais esclarecedor e menos histérico. Apenas isso. Para miséria, basta o tema.
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