"O Estado não pode deixar de desmotivar o recurso ao aborto através de centros de aconselhamento e de outros mecanismos de informação e defesa da vida”, escreveu o Pedro Lomba neste jornal, confiante em que o Estado promovesse de repente aquilo que não promoveu durante anos a fio. Vê-se mesmo que o Pedro não frequenta o SNS e que desconhece como é que o “Estado-providência” funciona. Legalizar o problema não resolve o problema. Limita-se a acrescentar outro aos que o Estado já tem, lavando democraticamente as mãos deste. Também ouvi a Zita Seabra defender que o melhor que uma mulher violada tem a fazer é tomar rapidamente a “pílula do dia seguinte”, como se alguém alvo de um crime desta natureza tivesse a frieza suficiente para pensar logo nisso. Neste caso, como bem sabe a Zita, o recurso ao aborto, durante as primeiras dezasseis semanas de gestação, é um método previsto na lei em vigor, mesmo quando a vítima é menor. É que não me parece que alguém ande com a dita pílula no bolso à espera de ser violada. Servem estes dois exemplos - um do “sim” e outro do “não” - para recomendar que a semana de campanha eleitoral em falta decorra com bom senso. Para tristezas, já basta o tema do referendo.
Nota: texto publicado no Diário de Notícias (sem link) onde, até à próxima quinta-feira, em princípio dia sim dia não, "emparelho" com Vasco Rato.
4 comentários:
Sobre o tema não comento. Mas quando vem à liça a Dona Zita a dar "conselhos" a náusea e o vómito tomam conta de mim.
A ineficácia do serviço Nacional de Saude, quanto ao planeamento familiar e aconselhamento das grávidas, não justifica a liberalização do aborto.
Não troco questões de princípio por incapacidades do SNS.
Desculpe lá, mas no que uma mulher violada deve, e pensará com certeza,é na questão de uma hipotética gravidez!!!! É o pior resultado que pode advir de uma violação!!!
Portanto, tem toda a razão Zita quando argumenta como o fez!!!
Gostei de o ler no DN!
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