17.2.07

AGORA OU NUNCA


Luís Campos e Cunha, que foi "só" o primeiro ministro das Finanças de José Sócrates, escreveu ontem um artigo no Público. Não vi ninguém fazer-lhe referência ou sequer citá-lo. Campos e Cunha, para a propaganda e para o pessoal do métier, é um "poeta morto". Que o desemprego tenha aumentado ao arrepio dos 150 mil novos postos de trabalho prometidos nos outdoors do PS, que o ministro da Economia raramente ultrapasse o patamar da anedota e que o orçamento de Estado "viva" dos mesmos "registos" de que viveram os antecedentes, nada disso parece preocupar as elites. Naturalmente, não são elas que estão desempregadas ou à espera que a economia desembuche. Na entrevista colorida ao Expresso (Única), o primeiro-ministro falou para o "centro" e para a "direita" que votou "não" há oito dias, e pouco mais. Ou seja, passou a entrevista a "malhar em ferro frio" e a não falar do que se segue ao defunto referendo que já não interessa a ninguém a não ser à D. Inês Pedrosa que supreendeu nele a "conclusão" do "25 de Abril". Que imagem tão poucochinha para tão ilustre "escritora". Volto a Campos e Cunha e ao que interessa. "Dentro de três ou quatro meses, saberemos como classificar o actual Governo. Se um governo de reformas estruturais, na Segurança Social (regime geral e função pública), nos impostos, nos custos salariais do Estado, na reorganização do ensino e da saúde, no apoio a idosos pobres. Se um governo do congelamento das propinas, do desrespeito pela independência das autoridades reguladoras, da gestão política de empresas públicas, da concentração de poderes, da TLEBS, dos "grandes" projectos injustificados. Seja pelas implicações orçamentais para 2007, seja pelo impacto na economia, seja pela exposição internacional do país no segundo semestre, seja pelo calendário eleitoral, ou ainda pela fotografia deste Governo na história, os meses que vivemos são absolutamente cruciais. A posição do Governo, agora reforçada politicamente pelo sucesso no referendo, não admite desculpas. A hora da definição já há muito que chegou, mas, neste momento, nada pode ser disfarçado nem adiado: é agora ou nunca."

1 comentário:

Anónimo disse...

...mas...a Inês Pedrosa é boa? (escritora, claro!!) Acho que não....