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6.5.11

KEN/SÓCRATES


Ontem pus-me a ver Sócrates no programa da RTP2, do Fernando Alvim, intitulado "5 para a "meia-noite". Aquilo parece que é em directo. Ontem - o Fernando anunciou-o previamente - tinha sido gravado umas horas antes. Aquilo parece que tem perguntas aos convidados. Houve uma, gravada e estúpida, e uns bonecos computorizados a dizer disparates. Sócrates, impecável com uma camisa preta sem gravata, casaco preto e calças de ganga, evidenciou a sua insustentável leveza. Foi buscar Pessoa para falar do amor ("o amor de sua mãe", querendo ele dizer "o menino de sua mãe"), Berlusconi para falar dos fatos (uma repetição da gracinha de 2009 nos gato fedorento: atenção, central, é preciso inovar o "humor" do homem), o PS para falar dos amigos, a dobragem para falar de filmes (maravilhoso lapso freudiano) quando queria dizer legendagem, em suma, um boneco de plástico que articulava duas ou três frases seguidas sem o mais vago interesse ou graça. Disse-se dialogante como poderia ter dito que as calças lhe estavam apertadas. E que leva a oposição - não disse qual -, se ganhar, para o governo. Dado o adiantado da hora, a "central" não deve ter dado muito importância a esta prestação para a "malta nova" de um homem de "geração" (sic). "Sou de uma geração" foi coisa repetida à exaustão. Qualquer imbecil sabe que tipos que apenas vivem no presente, ao minuto e ao segundo, não têm geração, isto é, não possuem uma biografia. Estão, não são ou foram. O seu sucesso também reside nisso, na rasura cibernética da memória. Em certo sentido, Sócrates está de acordo com os tempos e os tempos estão de acordo com ele. Estão bem uns para os outros.

INVENTAR PARA DESMENTIR


«O discurso de Sócrates na terça-feira sobre o acordo com o triunvirato BCE-FEEF- FMI teve um carácter absolutamente singular na história da comunicação política portuguesa, porventura mundial e até histórica. Desde os discursos políticos de Péricles e o último do verdadeiro Sócrates, na versão de Platão, nunca antes um dirigente nacional, a quem coube anunciar um acordo que moldará a vida colectiva nos anos seguintes, teve a cobardia política de esconder o que realmente o documento estabelece e a ousadia de inventar o que o documento não diz.
A retórica do primeiro-ministro foi delirante: o acordo não prevê a revisão constitucional, o fim da escola pública, não prevê crocodilos a voar nem terramotos às segundas, quartas e sextas. O acordo não prevê nada disso. Nos manuais de retórica, procurei, entre as figuras de estilo registadas pelos peritos da linguagem desde Roma Antiga, uma que se assemelhasse a este ilusionismo, como lhe chamou Helena Matos (PÚBLICO, 05.05). Não encontrei. Há figuras de estilo em que se nega uma coisa para afirmar outra, mas nenhum autor, desde há mais de dois milénios, parece ter previsto esta velhacaria política de omitir a realidade concreta (má), substiuindo-a por invenções concretas (boas).
Ao pé deste recurso discursivo, espelho de uma governação limitada ao “luzes-câmaras-acção!” e o país que se dane, o resto do que aconteceu na terça-feira não passou de detalhes, mas vale a pena registar.
- Sócrates chamou “conferência de imprensa” à declaração sem direito a perguntas.
- Semanas depois de desaparecido da vida pública, como um ministro de Stalin ou Brejnev, Teixeira dos Santos marcou inusitada presença espectral atrás do líder.
- O governo agendou a declaração para as 20h30, coincidindo com o intervalo do habitual “serviço público” da bola na RTP1, mas atrasou para as 20h40, dificultando à RTP1 ouvir a oposição em directo, o que esta preferiu não fazer, mesmo quando Catroga já estava no ar na TVI e na SIC às 20h47. A RTP1 deu anúncios e voltou ao futebol, que recomeçou às 20h50.
- A Central de Propaganda é tão boa a criar imagens como a proibi-las: impediu aos repórteres de imagem fotografar a declaração; só houve as imagens oficiais da TV e dum fotógrafo do governo. A preocupação de Sócrates em controlar ao máximo a visão de si que sai nos media motivou este acto de censura, por receio da liberdade do olhar dos repórteres fotográficos, que sempre ultrapassa a rigidez das câmaras de TV.
O objectivo desta operação de desinformação visou enganar os cidadãos mais ingénuos, que não acompanham as manobras políticas e propagandísticas em detalhe ou que são crédulos em relação aos governantes. A acção foi planeada ao pormenor. Durante semanas, a Central de Propaganda, e até o próprio Sócrates, conseguiram endrominar alguma imprensa, passando-lhe falsas medidas, que nunca estiveram previstas, para assustar os portugueses. “Houve desinformação gritante nos últimos dias, com exagero claro de medidas de austeridade”, escreveu Pedro Santos Guerreiro no Jornal de Negócios (05.05). Beneficiário único da desinformação: o Governo. Que desinformação perversa, esta de inventar mentiras para que o primeiro-ministro as possa depois desmentir.
Os media que serviram de mensageiros das falsas medidas de austeridade deveriam pedir desculpa aos seus leitores ou espectadores. Os proprietários e os jornalistas destes media deviam perguntar a si mesmos se as baixas vendas de jornais não estarão relacionadas com uma persistente subserviência à mentira e à amplificação da propaganda do poder. Como escrevia Pedro Guerreiro, ou se está ao serviço de fontes mentirosas ou ao serviço dos leitores.»
Eduardo Cintra Torres, Público

18.4.11

O AMANTE DE GRAVADORES

No dia em que começam as negociações políticas em torno da ajuda financeira, o partido que ainda está no governo, pela voz do seu ministro da economia e não sei quê da comissão política do PS, convoca uma conferência de imprensa para falar de um candidato a deputado de outro partido. Não ocorreu a nenhum jornalista presente perguntar-lhe pelo cabeça de lista do PS pelos Açores, o imaculado Rodrigues da madeixa branca, dado a sonegar gravadores e a perpetrar baboseiras em prol dos seus duplos chefes, o césar local e o nacional? Andam muito declaradamente distraídos, os nossos inefáveis jornalistas. Tudo tem um preço, não é verdade?

15.4.11

AINDA O CONGRESSO LENI RIEFENSTAHL DE MATOSINHOS

«Muitos chamaram a atenção para as bandeiras de Portugal no congresso Leni Riefenstahl do PS em Matosinhos. Nas cenas de apoteose de Sócrates, a televisão obteve no pavilhão planos fantásticos, com força plástica, boa encenação, cheios de figurantes agitando bandeiras nacionais. Como imagem política em televisão, é do melhor que se tem visto em construção ideológica, encenação e efeito estético. Há vários anos que venho analisando situações como essa, que juntam a multidão, como símbolo de um colectivo maior, à bandeira, símbolo do que une esse colectivo. Num artigo de 2008 para a revista online Observatório (OBS*) Journal analisei a ligação visual entre a multidão e a bandeira enquanto símbolos nacionais (http://obs.obercom.pt/index.php/obs/article/view/168/137). Ao substituir as bandeiras partidárias pelas bandeiras nacionais, a central de propaganda de Sócrates deu o passo lógico, final, da ideologia socratista. Primeiro, inculcou a identificação do partido com o seu meneur ou líder. As duas perguntas de Sócrates aos congressistas e figurantes — “Está comigo este Partido Socialista? Vocês estão comigo?” — ficarão para a história política desta época. Depois, sugeriu pelas bandeiras nacionais a identificação do chefe e do partido com a Pátria (com exclusão dos outros). Nunca, desde Salazar, se processara esta identificação do país com o chefe indiscutível. O final frenético do congresso, por entre bandeiras, ruído da multidão e máquinas de filmar, recordou-me as últimas linhas da História de Portugal para Meninos Preguiçosos (1943), de Olavo d’Eça Leal:
“- Paulo Guilherme!, quem vive?
E o rapaz, a rir, respondeu:
- PORTUGAL!
- Paulo Guilherme!, quem manda?
E ele, meio surdo com o silvo da máquina, gritou:
- SALAZAR!”
O mito de Salazar “casado com a Pátria” era o corolário desta estratégia de propaganda. O congresso de Sócrates sugeriu visualmente o mesmo casamento. A bandeira nacional acrescenta o símbolo visual à propaganda e à ideologia autoritária encenada em Matosinhos, a mesma que Salazar definiu no discurso de Braga em 1936: “Não discutimos a Pátria e a sua História; não discutimos a autoridade e o seu prestígio”. No congresso de Sócrates também não se discutiu. A bandeira nacional de Matosinhos sugerem o partido como o único que desfralda a bandeira de todos. Nos últimos anos, a publicidade usou-a em anúncios de bancos, telecomunicações, bebidas alcoólicas ou supermercados. Trata-se de propaganda pura, e é isso que se pode esperar de Sócrates até 5 de Junho. Ele não tem nada para propor e muito menos tem passado para invocar. Resta-lhe a desinformação e a propaganda pela propaganda. A desinformação e a propaganda surreal, afastando os eleitores da realidade, são as suas tábuas de salvação.»


Eduardo Cintra Torres, Público

Adenda: E antes do congresso Leni, um "momento velha RTP/Queluz de Baixo"

21.2.11

"SEM, SEM, SEM"


Num verso célebre de Paul Éluard lê-se: «La terre est bleue comme une orange". Sócrates, a falar do que quer que seja - e mesmo sem nunca ter lido Éluard, evidentemente -, segue este princípio literário surrealista que só serve a literatura e não a "realidade". Embandeirou em arco com a execução orçamental de Janeiro à qual faltam as "componentes" autarquias, regiões autónomas e, se não erro, a segurança social. Não louvar a quebra do défice - à conta de cortes salariais e da subida de impostos sem que, rigorosamente, a despesa tivesse descido - é, pois, "azedume". Os juros da dívida persistem aos níveis incomportáveis em que se encontram. Azedume ou lá fora ninguém comunga do optimismo irresponsável do homem porque lêem os relatórios até ao fim? A isto Sócrates responde com o seu extraordinário "plano tecnológico" que ganhou umas medalhas externas através de serviços públicos online. "Cem, cem, cem" (por cento), berrou a criatura perante os "lugares" alcançados graças aos aspectos considerados na avaliação. "Não foi 98% ou 99%", frisou não fosse alguém esquecer-se dos "cem". Todavia, a famosa realidade está a empurrar-nos, não para os cem da gritaria, mas para "sem" mesmo que a terra seja azul como uma laranja.

19.2.11

HOUDINI NO MARÃO


«Sócrates não passa de um burgesso social», diz Nogueira Leite no facebook. «Acha que há ligação entre riqueza e educação. Só prova que não tem a segunda, parecendo que tem a primeira.»

15.2.11

E NÃO SE PODE EXPORTAR?


Ontem furtei-me à D. Fatinha Campos Ferreira. Preferi ler porque percebi que se preparava grossa propaganda, isto é, da mais palonça que costumeiramente brota daquela sublime cabecinha. Todavia, um leitor acompanhou o féretro até ao fim e, olhando aos antecedentes, não há motivos para duvidar da sua palavra. «A dona fatinha dos prós, está feliz e isso é que importa.É vê-la com o residente Basilio export-import, falar de sapatos e de toalhas turcas e igrejas classificadas que até os chineses compram. Quem disse que Portugal não é um País exportador? Dona Fatinha deve integrar o almanaque-futuro-próximo deste regime ao nível das senhoras do movimento nacional feminino que acreditavam no salazar. Ela é toda situação e a madame de uma casa portuguesa, com certeza. Noites de fado e paródia, as segundas-feiras da madama na televisão dos 300 milhões por ano.» Uma querida, portanto. A exportar.

1.10.10

AGITPROP

«O primeiro-ministro dá hoje à noite uma entrevista Judite de Sousa, na RTP, após o telejornal. Amanhã é na TVI e a entrevistadora é Constança Cunha e Sá», lê-se. Estão bem uns para os outros. Finalmente Cunha e Sá conseguiu a sua almejada entrevista, "juditesouseando-se". Parabéns à prima.

26.6.10

O REGIME NUM ARTIGO DE UMA LEI

«O Governo propõe [na lei da televisão] que as administrações possam "interferir na produção dos conteúdos de natureza informativa, bem como na forma da sua apresentação", se houver a hipótese (!) de incumprimentos legais pelos jornalistas. Esta norma alteraria profundamente a relação entre as administrações e as direcções de informação e programas, agravando os processos de autocensura e de interferência nas linhas editoriais por pressão externa. As redacções, conselhos de redacção e associações de jornalistas e defensores da liberdade de imprensa devem atentar neste Artigo 35.º da proposta do Governo. E os deputados devem votar contra esta nova tentativa governamental de apertar o garrote às liberdades.»

Eduardo Cintra Torres, Público

18.5.10

MERECEMO-LO


Estava a folhear o Livro do post anterior enquanto o 1º ministro era entrevistado na RTP. Não foi por causa dele, coitado, que escolhi aquele trecho. Foi por causa da ironia, uma coisa que falta tanto entre nós quanto sobra de estupidez. Mas Bernardo Soares é apenas literatura (da melhor, genial mesmo) e Sócrates é uma realidade palpável. Ao longo das entrevistas-propaganda que tem concedido nestes longos cinco anos, lembra-me uma ideia de T. S. Eliot sobre a poesia. Eliot dizia que um poema é como um naco de carne que o larápio atira ao cão para poder assaltar a casa. Estas entrevistas são como esse naco atirado aos cães - que somos nós e, em especial, o "parceiro" Passos Coelho - enquanto a criatura em causa faz o que quer, como quer e quando quer. Merecemo-lo.

O XAMÃ NACIONAL

Mais logo, na mesma RTP, haverá mais um "momento Aló Presidente" em que participam os inevitáveis Judite de Sousa e José Alberto Carvalho, alguém que devia ficar-se pela excelente locução de documentários.

2.2.10

AQUELAS PESSOAS

Apesar de toda a modernice, Sócrates não resistiu a comemorar-se com cem dias de governo convidando mulheres para o almoço. Isto é uma forma pífia de usar pessoas para exibição política própria e não de as homenagear. Ao fazer o que fez, Sócrates revelou que, afinal, o sexismo é mais forte do que qualquer retórica barata da "igualdade". Pena que aquelas pessoas se tivessem disposto a tanto.

Adenda (de um leitor): «O dia mais longo - A propaganda do governo conseguiu vender aos media a comemoração oficial dos cem dias durante três dias. A coisa prolongou-se de domingo a terça. Os media paparam tudo como é hábito no seu viver habitualmente. A central da propaganda soma pontos, alguma "agência de comunicação" recebe um cheque, os contribuintes pagam.»

18.10.09

A MESMA OUTRA


O telejornal da RTP faz cinquenta anos. Dizia o escritor-apresentador de hoje que era, então, "a preto-e-branco". Era e é. Só mudou a propaganda. E o Salazar.

11.9.09

ODE A CAROLINA PATROCÍNIO OU COMO "PREFIRO FAZER BATOTA A PERDER"


Esta senhora doutora ficou embasbacada com Miss Patrocínio e, passo a citar, sobretudo com «uma jovem atenta ao que a rodeia e com a generosidade que, dentro das nossas certezas e seriedades, nos atinge e nos convoca (sic)». Fez, por isso, um mea culpa por causa disto, digno dos melhores "renegados" chineses, ao qual não faltam dois verbos particularmente irritantes ao naco de prosa "revisionista": atingir e convocar. Até fui derreter uma aspirina debaixo da língua por causa da emoção. Não ocorreu entretanto à senhora doutora que estava a falar de um mero produto televisivo, sem mais, que a propaganda aprimorou depois do episódio dos caroços das cerejas mandados retirar à criada o que revela, só por si, uma "genuína" generosidade a la Sócrates da primeira entrevista "íntima" a Raquel Alexandra. Ele também prodigalizava que a sua grande qualidade era ser "generoso". A fala de Miss Patrocínio é apenas uma correcção a um lapso, afinal, incorrigível pela natureza dela, a de Miss Patrocínio. Nada mais. Esta gente é sem fim, senhora doutora. Meta urgentemente explicador.

5.9.09

O "HABITUEM-SE" FINAL


Repare-se no seguinte. O beto que estava no lugar de Canas como porta-voz do PS oficial desapareceu de cena. E deu lugar a S. Silva, o verdadeiro porta-voz e um profissional do "socretismo" e da propaganda. Pelo menos até à noite das eleições. Que disse ele de interessante? Que os partidos se devem concentrar nas eleições, um "exclusivo" dos agentes políticos onde aquilo a que apelidou de "poderes fácticos" não metem bedelho. Querendo ou sem querer, Silva "explicou" o caso dos últimos dois dias. É o "habituem-se" de 2005, do pequeno Vitorino, em versão realista e de doloroso fim de festa.

3.9.09

COMO NUMA TELENOVELA VENEZUELANA


«O PS subiu [o logotipo partidário] ao topo esquerdo para dar lugar em baixo ao site socrates2009.pt. Este chuto para cima do logo corresponde à ideologia que o cartaz do PS respira: a personalização atinge nele o culto da personalidade do líder, com uma fotografia de Sócrates em plano de pormenor, entre o queixo e a testa, para se ver o líder mais de perto, como nas telenovelas. Os billboards do PS são os que mais emaranham o partido com o líder.»

Eduardo Cintra Torres, Jornal de Negócios

DEPOIS NÃO SE QUEIXEM


Kim-Il-Sócrates atingiu o seu momento "zen". Primeiro, foi ao Porto num avião de propaganda ao "sim" da Irlanda ao tratado de Lisboa e falou como um líder admirável. Norte-coreano mas já a roçar Józef Klemens Piłsudski, nascido ainda no século XIX. Até na Irlanda ele quer mandar, imagine-se. Segundo, o Kim português e os seus (nacionais ou estrangeiros) deram instruções para parar o Jornal de Sexta da Tvi, dirigido pela Manuela Moura Guedes. Não vale a pena disfarçar com as habituais plumas e lantejoulas "à la Pitta" dos acéfalos simplórios. É uma manobra fascista do PS de Sócrates, dos seus aliados e lacaios. Resta saber quem, dentro da TVi, vai alinhar nesta farsa depois de alguém ter acedido às exigências do duce que mandou transferir a emissão de ontem (debate com Portas) para território "neutro" em Paço de Arcos. Até fez questão de chegar atrasado para mostrar quem manda. E ninguém levantou o rabo da cadeira para o deixar a falar sozinho. Ora não é preciso ser anarquista para saber que os que obedecem sustentam os que mandam. Vem aí a grande separação e os velhos navios cheios de fantasmas deste "socratismo" cretino em fim de carreira que nos envergonha a todos. Sobretudo aos que ainda têm um rosto dentro do PS. E não se esqueçam que, quando Marcelo foi corrido da TVi, até o choramingas do dr. Sampaio o recebeu e o país tremeu de indignação. Que sejam, pois, apontados a dedo estes vermes pusilânimes. E fuzilados sem mercê pela força da palavra e do voto. Depois não se queixem.

2.9.09

MITOLOGIAS


A dado passo da tetralogia de Wagner, Wotan desabafa que só foi capaz de gerar escravos. Não incorro no irreparável equívoco de comparar a extraordinária figura do deus de Wagner com um homem como Sócrates. Mas a forma como indirectamente se referiu a Lurdes Rodrigues para "amaciar" os professores em vésperas de eleições (são famílias e famílias de votantes o que para um mero calculista, afinal, ao nível do anão Alberich não é desprezível), recorda a fórmula de Wotan. Aliás, vê-se nas reacções, nos comentários e na fala dos seus que o líder do PS apenas soube congregar uma subespécie de escravatura intelectual e moral à sua volta. Só é bem feito para eles todos. O país é que nada tem a ver com esta mitologia barata a que urge colocar um termo a 27 de Setembro.

1.9.09

FLORES QUE NÃO SE CHEIRAM


«Cheirar uma flor?” (...) “Ponham os olhos no Real Madrid!» Mas estão a gozar connosco? Estão. «E o dinheiro que paga essa manipulação é dos seus (meus) impostos.» É. Quando vinha de Vale de Lobos, ouço na Antena1 a D. Ana Paula Vitorino que acumula a secretaria de Estado dos Transportes com a candidatura a deputada na lista do Porto pelo PS. A senhora perorava sobre um acidente numa linha de caminhos-de-ferro sem guarda na passagem de nível, primitiva. O "plano tecnológico" e a propaganda não chegaram a tempo mas a senhora "jurou" que aquela passagem de nível já estava no "programa" do seu ministério para tratamento adequado. A senhora falou a seco, assim, como se ninguém tivesse morrido. Como "técnica" que é. Por coincidência, a passagem pertence ao distrito onde ela é candidata. É também o seu (nosso) dinheiro que paga esta mistificação? É. Tudo flores que não se cheiram.

28.8.09

A CORTE DO CZAR

Por falar em PS, reparem que, por exemplo, enquanto o Paulo Portas não sai da rua, das feiras, dos mercados e dos lares, o admirável líder refugia-se nas tendas e nos desertos onde tem andado a lançar pedras sobre pedras. Público seleccionado (nomeadamente altos serventuários públicos e partidários) e nada de "povo" por perto. Apenas a "corte do czar". Logo quando o voto é a "arma" dele. Do povo, naturalmente.