Duas televisões, a RTP e a SIC Notícias, gastaram grande parte do serão a debater o indebatível tema do aborto. A minha misantropia não me permite levar a sério nenhum dos representantes das organizações "pró" e "contra", nem tão-pouco os deputados de um e do outro lado. Num dos debates estava Zita Seabra, alguém que já não tem propriamente um lado. É meramente "acidental", na definição que o homónimo blogue dá do vocábulo. Estes "debates" normalmente só servem para realçar o nosso congénito primitivismo. Em condições perfeitamente normais, com uma comunidade e com costumes adultos, Portugal não andaria a perder tempo, no ano quarto do século XXI, com este assunto. E muito menos por causa de uma minúscula embarcação com seis almas lá dentro, fundeada para lá das bordas legais da pátria. Ou das excursões com uma dúzia de patetas que andam para lá a para cá em regatas folclóricas para televisão ver. Ou das comparações do Dr. Portas com o tráfico de drogas e outras maleitas que podem chegar sobre ondas. Até o Dr. Sampaio despertou por instantes da sua habitual letargia para "avisar" que, afinal, sempre é o Comandante Supremo, inclusivé da Marinha. Responda lá: ainda tem pachorra para este país improvável?
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