30.9.04

CARMO SEABRA É DA FENPROF?

Teria valido a pena alguém do governo, ou dos partidos que o apoiam, ter perdido cinco minutos a explicar a Carmo Seabra o que é que significa desempenhar uma função política em democracia. A pesporrência e a sobranceria com que aparece em público só reforçam a imagem cada vez mais nítida de um clamoroso erro de casting. Carmo Seabra não só não sabe livrar-se dos sarilhos, como revela uma inexcedível capacidade para os atrair. Os últimos desenvolvimentos nas listas de colocação dos professores provam-no à saciedade. Como se não bastassem os antecedentes, a ministra garantiu que agora estava tudo no sítio certo. Em menos de 24 horas, percebeu-se que pouca coisa estava no sítio certo, a começar por ela. A sua insegurança e a sua fragilidade limitam-se a dar corda aos sindicatos que perversamente esmiuçam qualquer anomalia, transformando-a num verdadeiro caos. O que é grave é a circunstância de as anomalias serem a regra e o método. A ministra, aliás, comporta-se como uma extraordinária organizadora do caos. Com o ar de quem anda às compras na feira de Carcavelos, Carmo Seabra diz que tira "consequências políticas" disto, designadamente uma, e passo a citar: "dá muito trabalho ser ministra da Educação". Quanto ao resto, "não me apetece responder" (sic). Será que Carmo Seabra, afinal, é um "submarino" da FENPROF?.

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