7.9.04

A ÁGUA

Lê-se no Portugal Diário que "Portugal tem quase um milhão de analfabetos e é o país da Europa com maior percentagem de pessoas que não sabem ler nem escrever". "Em 2001 o número de analfabetos estava nos nove por cento, sendo Portugal também o país da OCDE que tem maior taxa de abandono escolar: apenas 20 por cento dos portugueses atinge o ensino secundário, ficando-se a grande maioria pela escolaridade obrigatória, de acordo com o último relatório da instituição", ainda segundo aquela fonte. Isto quando "os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que nove em cada 100 portugueses não sabem ler nem escrever". Face a esta realidade, não é díficil entender que a chamada" agenda política" está invertida pelos seus divertidos e irresponsáveis agentes. Do Estado à sociedade dita "civil", dos partidos às várias igrejas, das escolas às universidades, ninguém presta atenção a esta miséria visceral e instintual, sempre trocada por bagatelas pessoais absolutamente irrelevantes. Um exemplo desta maravilhosa "agenda" foi dado ontem à noite pelos três candidatos à liderança do PS. Invaravelmente só se preocupam com duas coisas: o Eng.º Guterres e o "aparelho". Outro exemplo apareceu em directo, pelas televisões, à hora do almoço. O ministro da Defesa Nacional deste país, onde há 1 milhão de analfabetos, continua a dar troco a uma chalupa holandesa por causa de um conceito de "soberania nacional" que só existe na cabeça dele. Definitivamente nem o Dr. Portas nem os seus secretários de Estado têm mais nada para fazer. Esta nossa infeliz paisagem política lembra-me sempre uma frase de Jack Nicholson num filme que muito aprecio. Estamos para aqui a afundar-nos e só nos vêm falar da água.


P.S: Vem a propósito recordar o post JURISTAS que escrevi há umas semanas atrás. Está neste link.

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