25.10.05

O "AMADOR" E O "PROFISSIONAL"

Eu também começo por uma "declaração de interesses". É conhecido - pelo menos de quem lê este blogue - o meu apoio à candidatura de Cavaco Silva. Cavaco avançou sob o lema da não resignação. Medeiros Ferreira "pega" nesta ideia e procura contrariá-la através daquilo a que chama uma "longa resignação". Este artigo insere-se no plano geral do núcleo "intelectual" da candidatura de Mário Soares, destinado a subalternizar e a menorizar o "trajecto" de Cavaco Silva perante o "gigantismo" da biografia política de M. Soares. Aliás, a síndrome do passado, designadamente a "anti-fascista", será amiúde arremessada a torto e a direito. Duvido, no entanto, da sua utilidade para o que importa ao eleitorado de 2005/2006. Este "tom" de superioridade moral e política sobre qualquer outra candidatura - e não apenas a de Cavaco Silva - é, a meu ver, o ponto mais desagradável nas "vistas" de alguns dos apoiantes mais qualificados de M. Soares. O que os conduz a exercícios menos probos, por exemplo, quando se levantam questões que nunca se colocaram, como a de Cavaco poder ter sido candidato presidencial em 1991 e 2001. E se Cavaco é catalogado, com soberba e desdém por M. Ferreira, como um "político amador" (Cavaco disse que não era um "político profissional", mas está longe de ser um "amador" ou um ingénuo), por que diabo "perde" ele tempo num artigo de jornal com esse "amador" em vez de defender, como lhe compete, o seu "profissional"?


Adenda (das onze da noite): O dr. Medeiros Ferreira encara a recandidatura do dr. Soares como um brinquedo novo há muito prometido. Cada gesto, mesmo que previsível, é "novo". Por isso, gostou de ver os mandatários, o dr. Vieira de Almeida, e a colega de blogue, Joana Amaral Dias, "serenos nas suas convicções". O primeiro estava tão sereno que nunca chegou a abrir a boca, nem para as televisões. A segunda, ouvi-a murmurar umas vacuidades sobre um dr. Soares que, ao contrário de MF, ela acabou de conhecer. "Convicções"? Mas diz mais MF. "Ainda não será desta que o regime democrático ficará à mercê dos indiferentes e dos seus inimigos", afiança. Mas, meu caro amigo, com tantos candidatos presidenciais -só o PS tem dois - e ainda com a eventual emergência de um "Pintasilgo de direita", "encavalitado" no seu estimulante candidato, acha mesmo que existe "indiferença"?

1 comentário:

Anónimo disse...

Escrever "o síndrome" é que não está nada bem! Não despenda tanto azedume contra quem não pensa, politicamente, como o Senhor e ponha mais cuidado na ortografia.
A SINDROME ou a síndroma (é um substantivo feminino)
Se quiser que seja masculino, também há quem escreva "o síndromo"