24.6.03

A SAGA DA CASA DA MÚSICA

Afinal, parece que Roseta estará mais inclinado -ou alguém por ele- a demitir em bloco a administração da Casa da Música do Porto, colocando à sua frente o inefável Artur Santos Silva que tão boas provas deu aquando do início da saga do Porto 2001. Pouca gente saberá que o ilustre banqueiro, nos prolegómenos que levaram ao evento, tinha quase tudo a andar à velocidade de cruzeiro, como se nada tivesse que estar pronto para quando devia efectivamente estar. Carrilho, o ministro de então, passou por ser o "mau da fita", sobretudo pela forma acutilante como tratou o assunto. Depois veio Teresa Lago- outro modelo de bom feitio- que nunca se entendeu com Nuno Cardoso, o sucessor de Fernando Gomes na Câmara do Porto. O monumento a estas trapalhadas está exactamente na Casa da Música, que era suposto ter ornamentado a Porto2001 e é o que se sabe.

Tendo eu a fama e o proveito de dar destaque muito positivo à passagem de Carrilho pelo Palácio da Ajuda, por contraposição com a falta de ambição dos actuais ocupantes, aqui deixo umas declarações suas sobre o tema, respigadas na TSF:

" Na sequência da polémica da Casa da Música, que envolve o autarca do Porto, Rui Rio, e o pianista Pedro Burmester, da administração daquela instituição, Manuel Maria Carrilho defendeu a intervenção do primeiro-ministro neste assunto.

«Acho totalmente inaceitável o silêncio do ministro da Cultura que é já uma figura totalmente ausente da política deste governo», disse o antigo ministro da Cultura.

«Vi ontem num debate da RTP o número dois do PSD falar desta situação com um 'à vontade' dizendo que isto releva quase uma sabotagem contra o Governo»», acrescentou Carrilho, adiantando que «estamos já na ordem do delírio».

O antigo ministro acrescentou também que «os responsáveis têm que assumir a sua responsabilidade e se o país não tem ministro da Cultura, tem de ser o primeiro-ministro a responder», declarando ainda que «o que se está a passar é a vandalização da nossa vida cultural»..

O antigo ministro da cultura, do Governo PS, reclama ainda o afastamento de Rui Amaral, actual presidente do Conselho de Administração da Casa da Música.

«Temos à frente do projecto neste momento, o Dr. Rui Amaral que não tem qualquer qualificação para dirigir», defendeu Carrilho, acrescentando que «isto é como se tivéssemos o Pedro Burmester a dirigir uma agência de investimento externo».

«Este senhor devia estar noutras funções, disse o ex-ministro referindo que «à frente de projectos culturais estão pessoas da cultura, não estão pessoas que não distinguem entre Ágata e Beethoven»."

Sic.

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