13.6.03

A NOVELA DOS TELEJORNAIS II

Por ser sexta-feira 13, a TVI brindou-nos no seu interminável "Jornal Nacional" com a prestação de uma senhora parapsicóloga que dissertou sobre a matéria do azar, com alguns exemplos práticos. Os guiões destas sessões informativas deviam ser objecto de um estudo sociológico, dada a profusão dos temas apresentados e a ligeireza da função. Como se isto não bastasse, há jornalistas que abordam assuntos e pessoas num estilo que, muitas vezes, roça a insolência de mistura com uma leveza ignorante. Eu, que nunca simpatizei nem pessoal nem politicamente com António Guterres, gostei de o ver outro dia à saída de uma visita ao amigo Paulo Pedroso dizer o que disse ao grupinho de destrambelhados jornalistas que, à força. queriam um comentário inócuo. Suspeito que eles nunca irão perceber o alcance da frase assassina de Guterres ( tivesse ele sido assim sempre como Primeiro Ministro e ainda hoje lá poderia estar). De facto, o ridículo mata, e nós, se devemos ter respeito pela profissão de jornalista, nunca devemos sentir por ela - ou outra qualquer ligada a poderes "fácticos" - qualquer tipo de temor reverencial.

Sem comentários: