26.6.03

QUADRO DE HONRA E QUOTAS

Quando eu era puto e andava num colégio privado, havia, para os melhores alunos, o chamado "quadro de honra". A coisa era feita por aproximações, estilo uma averbação na caderneta escolar de que "merece quadro de honra" e, com alguma sorte, no trimestre seguinte, lá vinha a venera propriamente dita. Nos idos de 73 e 74, até Abril, ainda havia "quadro de honra", mesmo num liceu "progressista" como o de D. Pedro V, mas rapidamente foi extinto com o decurso do alegre PREC. Parece que uma das componentes da reforma da administração pública anunciada por estes dias, na parte da "avaliação", é justamente a instituição do "quadro de honra" para os "excelentes" funcionários, de par com a introdução de "quotas de mérito", suponho que também para estas mesmas criaturas. É de esperar o pior. Como bem sabemos, vagueia entre nós, desde que o fundador da Pátria mandou a mãe para a prisão, já lá vão mais de oito séculos, a "teoria da facada nas costas". Se no tempo em que tudo é "muito bom", já as coisas são o que são, imagine-se quando o povão administrativo der início ao assalto e à corrida ao "quadro" e às "quotas". Por aqui se percebe que as "quotas" não são apenas um assunto de vacas e de leite, e que não são elas seguramente as únicas que estão loucas.

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