16.11.11

A PORTA DE SAÍDA

Quando Diogo Infante acedeu à direcção do D. Maria, escrevi aqui que a criatura «deixou o Maria Matos supostamente porque a CML não lhe dava dinheiro. A CML na altura desmentiu e deu a entender que o actor tinha uma "agenda". Tinha, de facto. Era o Teatro Nacional D. Maria. Infante é agora, de direito, o director artístico da vetusta instituição. E concedeu uma entrevista ao Expresso em que, justamente, volta a queixar-se da mesmíssima falta de dinheiro. Dão-lhe um milhão e meio (mais quinhentos mil euros que davam a António Lagarto antes do episódio Fragateiro e não consta que a casa tivesse ido abaixo ou sequer se ouviram suspiros melancólicos como este) mas sobre programação (por que ele é responsável), nada. O Estado, aliás, não lhe paga mais de sete mil euros brutos para vir a público proferir banalidades ou sublimes tiradas sobre o "futuro" do Teatro como quando afirma que pretende "mudar os estofos dos sofás e que o Sr. 1º Ministro vai oferecer uma carpete nova para o Salão Nobre."» Ignoro se Infante chegou a mudar os estofos dos sofás ou se Sócrates - era esse o primeiro-ministro a quem ele aludia - lhe ofereceu uma carpete nova para o Salão Nobre. Sei, no entanto, que Infante voltou ao queixume e que, desta vez, obteve a indicaçao que estava há muito a pedir. A da porta de saída.

9 comentários:

Pedro disse...

A ver seu eu percebo o seu raciocínio. O Diogo Infante fez fita com o Maria Matos porque queria ir para o D. Maria. E agora queixa-se no D. Maria, porque quer ir, para onde? Para o Royal Shakespeare Company ou para a Commedie Française?

Anónimo disse...

Ouço na TVi-24 Canavilhas (Gabrielle) zurzir a acção do Governo (Viegas) e protestar acerca "dos cortes", apresentar números (dela), tentar desdizer factos, enfim - fantasiar; e por fim soltar frases: "por causa destas políticas (dos cortes de dinheiro) estão em risco as conquistas e avanços civilizacionais". Eu permitir-me-ia refrasear: "por causa destas constantes e desenfreadas supostas conquistas, toda uma sociedade está em risco - tendo agora que negociar diariamente o que come". Gabrielle falou ainda em "Apocalipse"; não sei exactamente ao que se refere, mas não deve estar a falar da sua posição - que não está em risco - nem do seu ordenado de deputada (verba que um excelente e verdadeiro pianista jamais alcançaria neste país...). Benefícios das nobres acções de esquerda que Gabrielle tomou nas Ilhas e no Continente ao serviço do PS do cultural-e-erudito-pinto-de-sousa...

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Asqueroso, este post.

Anónimo disse...

SE CALHAR OFERECEU,,,
O PROBLEMA RESIDE, TALVEZ NO “ROSA” POIS ACERTAR NO “TOM” É QUE SE TORNA COMPLICADO.
É UMA TONALIDADE QUE PODE LEVAR “+ VERMELHO E/OU –“, OU VJCE-VERSA … E DEPOIS, O AMBIENTE FICA DESCOMPENSADO … COMEÇANDO PELA PORTARIA E, TERMINANDO POR QUEM LÁ ENTRA …POIS UMA PASSADEIRA “VERMELHA” É UMA COISA E, UMA “ALCATIFA ROSA” É OUTRA …
QUE SE CUMPRA A MISSÃO, DO TEATRO D. MARIA, QUE É A DE NOS OFERECER “TEATRO” DE QUALIDADE”, POIS O MESMO TEM EXCELENTES ACTORES …

Passaroco do Mondego disse...

Acho que está certeiríssimo o que escreveu. Para não variar, felizmente. Basta atentar à 'biografia' do acontecimento.
É pena neste final de episódio triste de três anos que apareça uma personalidade boa, imensa como Ruy de Carvalho a misturar o que não pode ser misturado e a tentar "caucionar" a birra do incompetente rapazola . Saudações!

maria laura disse...

numa publicidade da rádio, há dias, aparecia uma menina que perguntava a Diogo Infante setinha um animal de estimação. o actor retorquiu que sim, um cavalo!!!!!! é a esta gente que nada tinha e hoje mostram sinais graves de riqueza e ostentação que se deveria tirar ordenados e outras prendas. há muito que se sabe que Diogo Infante tal como a amiga do peito Catarina Furtado, a quem pagamos 1.000 por dia deveriam andar nos centros de emprego nas filas, mas e o milagre das rosas...............

Isabel disse...

Sempre suspeitei que o Maria Matos apenas serviria para fornecer a esse menino um currículo que não fosse demasiado ridículo para um Director do Teatro Nacional. Já vai tarde!

Carlos Vidal disse...

O meu caro João Gonçalves está a ser injusto com o Diogo Infante. Está a enganar-se, mas todos temos esse direito. (E como já fez de outras vezes, com outras gentes, vai emendar o que está a dizer.) Eu nunca apreciei o Diogo Infante - quando fez o Hamlet com o João Mota, eu não fui vê-lo; disse para mim que não era capaz de ver o Hamlet por um rosto da TV que anuncia todas as marcas de sabonetes, etc. Mas o Maria Matos manteve uma programação de qualidade e o D. Maria passou a ser uma casa que eu voltei a frequentar: o D. Infante fez Sófocles (muito bem com o Silva Melo), programou Pirandello, Tennessee Williams, etc., etc. E por aqui me fico. (O problema é que o meu caro vai na conversa do Pulido Valente que, como sabe, deixou o cérebro à entrada do século XX!!)
Grande abraço.
C. Vidal

Isabel disse...

Essa dos estofos e do tapete lembra o director de uma CAP escolar de triste memória, que obrigava os professores a assistirem aos seus monólogos em Reunião Geral. Numa delas, afirmou com visível orgulho que "rios de dinheiro" estavam a ser gastos na escola e que todos nós deveríamos , até, ter por tal facto um "sentimento de gratidão". Muito venera certa gentinha o dinheiro. Sobretudo quando não é o seu a ser gasto!