20.11.11

A INGENUIDADE OCIDENTAL


Lembram-se da "primavera" e dos amanhãs que iam cantar no Egipto, especialmente a partir da "mítica" praça Tahir que se converteu numa espécie de santuário da ingenuidade ocidental que vê brotar democracias inverosímeis em países inverosímeis para a democracia? Pois bem. Depois da exibição de Mubarak numa jaula, moribundo, a ser "julgado", o Egipto persiste em dar provas da sua disposição "primaveril" para tudo menos para a democracia. A mania que se pode exportar a dita cuja para todo o lado (os EUA fomentam democracias e ditaduras à vez) releva da mais pura ignorância, aquela que, aos poucos, vai enterrando uma certa "ideia de ocidente" à custa da tolice multicultural.

12 comentários:

fado alexandrino. disse...

Por favor não seja assim.
Já viu a quantidade de intelectuais de esquerda que estão agora à brocha para tentarem dar uma cambalhota com duplo mortal à retaguarda para explicarem porque é que não está a correr como eles diziam que ia correr?
Com um bocadinho de ginástica a culpa ainda pode ser da Merkel.

floribundus disse...

manifestação comandada por
Sir cuncisão

por cá foi o mesmo desatino

António Viriato disse...

O Ocidente há muito entrou em eclipse, gerando líderes medíocres, sobre ser ignorantes em demasia.

Deixou de defender a sua matriz cultural, de base cristã, relativizou todos os saberes, incluindo a Ciência, todas as éticas, todas as religiões, sem sequer exigir a reciprocidade aos seus interlocutores ou adversários, se não inimigos, declarados ou dissimulados.

Não se reproduz, para não agravar a escassez dos alimentos e dos recursos, tendo descoberto na importação de população a grande panaceia moderna para a sua quebra demográfica.

Inventa apegos democráticos em geografias culturais improváveis, toma partido entre males da mesma espécie, tudo isto o Ocidente faz alegremente, inconscientemente e impunemente, como se caminhasse, inebriado, em direcção ao precipício, consequência final da sua progressiva decadência...

Se, entretanto, não se der um qualquer sobressalto civilizacional, não se vislumbra salvação para isto.

José Gonçalves Cravinho disse...

É de ver que Serviços Secretos do
anglo-saxão Imperialismo e os dos Sionistas,tudo farão para que no Egipto o Regime Político seja igual ou semelhante ao que foi derrubado.

Isabel disse...

"Primaveras" aterradoras, até pela proximidade geográfica.

Anónimo disse...

Ingenuidade dos palonços.

Garotice dos governos ocidentais.

Desde que foram apeados os governos laicos e progressistas que vinham do tempo de Nasser - com financiamento ocidental ao fundamentalismo religioso islâmico - ó Médio Oriente e a África do Norte é um ninho de víboras.

Eu quero ver daqui a duas ou três décadas as fronteiras da Europa a serem rebentadas!

Pois peçam ajuda à China e à Rússia!

Anónimo disse...

Todos então de acordo com o nosso antigo(?)Chefe,em que a democracia é um regime para os excêntricos ingleses,e que os outros povos devem ser pastoreados com as chibatadas oportunas. Nesta linha,os movimentos na Tunísia,no Egipto,sem contar com os anónimos que padecem anos nos cárceres chineses,iranianos,cubanos,etc,nada mais são do que agentes dos pacóvios anglo-saxónicos,ou puros ingénuos que não percebem que a liberdade não foi feita para os seus países. A lição do Chefe mantem-se com poucas novidades,mas felizmente que alguns vão arriscando a vida para buscarem outros caminhos que não os do "velho abutre,que é sábio e alisa as suas penas,e os seus discursos tornam as almas mais pequenas" (Cito de memória).

Mário Machaqueiro disse...

Corrijam-me se eu estiver enganado, mas o que está a acontecer com as actuais manifestações na praça Tahir não é, precisamente, um combate contra a instauração de uma ditadura militar no Egipto? Ou seja: um combate por qualquer coisa eventualmente parecida com... uma democracia.
Já no caso da Líbia, não dou meio cêntimo furado pelos grandes "combatentes da liberdade" que assassinaram selvaticamente Khadafi (não era flor que se cheirasse, mas os seus assassinos não me parecem mais recomendáveis...).

Anónimo disse...

Toda esta espontânea agitação apenas a dias de eleições. Bem sei que nestes países a desconfiança dos 'processos democráticos' é natural; mas o que já não é (seria) natural é a amplitude selvática do ódio sem freio aos cristãos cóptas (uma pequeníssima minoria) ou a amplitude dos contentores e pneus que estrategicamente esta rapaziada "livre" resolveu "livremente" incinerar já na rua - por via das dúvidas. A iminência do processo eleitoral e as reacções a ele faz-me lembrar 1974-75 quando, vindo a pé da escola, eu via escritos na parede arvorando, a letras vermelhas e negras, "Não às eleições burguesas!"; a coisa tanto podia vir (e vinha...) do raivoso MRPP - que odiava todo e qualquer processo sem a marca da bota de Mao, como podia aproveitar (e aproveitava...) ao PCP, que ia a jogo apenas porque tinha de se testar - tendo na manga planos Bês e Cês e tipos barbudos fardados. Esta táctica de agitação e este "terror" já foram expostos e explicados por Lenines, Maos, Hitlers e Chés em várias 'biografias' e manuais - sendo os intrumentos ou veículos sempre os mesmos: jovens, descontentes, meliantes e idealistas. Mas a questão importante permanece e permanecerá: a crise e o desemprego; foram estes os motivos que levaram às revoltas no Egípto, e não qualquer sede de democracia. Todavia, se a "Irmandade Muçulmana" ganhar as eleições, o desemprego acaba no dia seguinte - por decreto.

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Era inevitável. Não se pode julgar que ficariam sempre com o ditador nacional-socialista de 70 ou 80 anos de idade. E depois viria o filho. A tecnologia muda tudo.

Pode correr mal ou bem, o mais provável é correr mal. Se a maioria dos Árabes são fundamentalistas, defendem o apartheid das mulheres, etc. então terão um governo fundamentalista.

E arcarem eles e nós com as consequências.


lucklucky

rui disse...

alguém no seu perfeito juízo esperaria que bastava mudar de regime para o pão aparecer milagrosamente nas mesas dos 64 milhões de egípcios que cairam na pobreza desde 2008?

http://www.slate.com/articles/business/moneybox/2011/01/protesting_on_an_empty_stomach.html

JSP disse...

Que bonito, poder assistir-se em directo a todas aquelas manifestações de "irmandade"...
Com que então "primaveras" e "democracias" na orla sul do Mediterrâneo?...