Quando frequentei as fileiras militares, não me passava pela cabeça que, encerrados o PREC, os SUV ("soldados unidos vencerão") e os juramentos de bandeira de punho erguido, os militares voltariam a desfiles e a manifestações. E, muito menos, que terminassem a bravata com uma vaia ao seu Comandante Supremo. Nesse exacto momento deixaram a condição militar e passaram a ser outra coisa qualquer. Militares é que não.
Adenda (do leitor Alves Pimenta): «Viu o Vasco Lourenço a ser "entrevistado" na TVI24? A "entrevistadora" conseguiu a proeza de não perguntar:
- qual o objectivo concreto da manifestação?
- que perseguições está o Governo a mover aos militares?
- por que motivo os militares têm o direito de passar ao lado da situação económica do país? Quanto ao "entrevistado", esteve sempre à altura do QI que lhe é geralmente reconhecido, fazendo jus à eternização como presidente da A25A. Que país, este! »
- qual o objectivo concreto da manifestação?
- que perseguições está o Governo a mover aos militares?
- por que motivo os militares têm o direito de passar ao lado da situação económica do país? Quanto ao "entrevistado", esteve sempre à altura do QI que lhe é geralmente reconhecido, fazendo jus à eternização como presidente da A25A. Que país, este! »
10 comentários:
Viu o Vasco Lourenço a ser "entrevistado" na TVI24?
A "entrevistadora" conseguiu a proeza de não perguntar:
- qual o objectivo concreto da manifestação?
- que perseguições está o Governo a mover aos militares?
- por que motivo os militares têm o direito de passar ao lado da situação económica do país?
Quanto ao "entrevistado", esteve sempre à altura do QI que lhe é geralmente reconhecido, fazendo jus à eternização como presidente da A25A.
Que país, este!
A cadeia de comando foi posta em causa, os militares (alguns) desrespeitaram a hierarquia; de cabos a generais - passando por sargentos e majores - dificilmente alguém poderá tentar fazer-se obedecer de novo sem galhofar; todos perderam a face. A "sindicalização" das forças armadas - assim como dos magistrados, que o delirante-beirão-Marinho-Pinto zurze às mãos cheias - trouxe difinitivamente a farsa, a indisciplina e o carnaval para pilares que deviam ser de suporte incondicional do Estado de Direito. É justo esperar agora a aparição de ainda mais clubes, 'associações', facções, 'sindicatos', grupos de trabalho, frentes e outras patetadas que lembram o 28 de Setembro e 74, o 11 de Março de 75 e os 'fitipaldis dos chaimites'. A mistura com o desfile "da função pública" é indissociável. Levantamento de rancho; quartelada; motim. Só falta mesmo a concretização das imperceptíveis e tartamudeantes aspirações de Vasco Lourenço - que umas vezes apela à revolta militar para derrubar ditaduras imaginárias, outras vezes incita soldados a alvejar polícias "quando estes, a mando do PM, carregarem sobre as multidões indefesas (!)"; tudo isto na rua e, suponho, com barricadas e contentores a arder. O espectáculo "mediático" das declarações destes idiotas na TVi-24, e noutros estúdios, só é superado pela ignorância, infantilidade e confusão mental que grassa nas pobres cabeças jovens dos jovens jornalistas que acolhem - com normalidade absurda - as babosas declarações destes Capitães de Abril. Assim como assim, prefiro Otelo: é louco, dado a repentes, emocional, inspirador de grupos terroristas e de executores de rua, e faz até cálculos de "apenas cerca de 800 homens necessários para dar um golpe" perante as câmaras de televisão; com Otelo não há 'ai nem ui', meias tintas ou rodeios. Se ele resolver saír de casa, sabe-se ao que vai. A Otelo, desejo um feliz e tranquilo resto de vida - seja numa cela acolchoada ou devidamente medicado com Lítio em deambulatório. A Vasco Lourenço, proponho que se inscreva no "Peso Pesado" e que depois faça da 'sua' Associação um partido político que vá a votos: orador inspirado e gramaticalmente superior, não lhe será difícil arranjar um "nicho de mercado" no sector revolucionário do "arco parlamentar"; más notícias para Jerónimo e Louçã, que assim verão a sua truculência verbal capturada pelo Verdadeiro Abril.
Ass.: Besta Imunda
Como antigo combatente, sinto asco e repulsa que estes militares de meia tigela ainda consigam falar em regime democrático, quando no fundo não o respeitam e até insultam aqueles que por direito têm que ser respeitados, ou seja, o seu comandante supremo.
Estes senhores cuja inteligência deixa muito a desejar, apenas se preocupam com a sua barriga, por sinal bem avantajada e pelos privilégios que os movem.
SRG
Mas estão admirados com quê?Há muito tempo que os do "avental" acabaram com as Forças de Segurança (FA,GNR,PSP,PM's) da nossa Nação. Passaram-nos simplesmente a Funcionários Públicos com Direitos, Horários de Trabalho, Sindicatos e Associações de Classe, etc.etc..Então o que fizeram à PSP é simplesmente indescritível!
E não há Deveres, Disciplina, Ordem e Hierarquia que sempre foram os valores que presidiram às Forças de Segurança de há muitos séculos até ao desgraçado do 25/4 que tudo destruiu em temos de valores. UMA VERGONHA INQUALIFICÁVEL E SEM NOME! Vamos pagar muito caro tudo isto!
“Militares, manifestações & contradições”
Como o DN não teve espaço para artigo alusivo, irá para o Diabo e um pouco mais contundente.
Mas:
Tornou-se pacífico na Europa, ver militares "fardados" em manifestações públicas, por conta das respectivas associações.
No entanto:
As associações profissionais de militares, são maioritariamente compostas por militares na reserva/reforma, por fraca adesão dos quadros jovens.
Os OCS, ao fazerem a ampliação acrítica do costume, levam a conclusões pouco realistas.
Dado o carácter 'orgânico' das mesmas, acabam por servir ao regime. Veja-se a forma como MDN e chefes das FA acabam por aceitá-las.
Contudo: não tendo estado ali presente,convencido da sua inutilidade, quanto à paragem das promoções:
Houvesse generais generais, tal decisão teria durado quinze dias.
Há na Defesa/FA, muito onde economizar, sem ir atingir o fundamental e central suporte hierárquico.
Mas talvez, que com o PM/MDN confrontado com as FA sem um único general à sua frente, uma 'impossibilidade' lusitana, agradecessem o facto.
Para a gente que trouxe o país à perda da soberania e à bancarrota, para quê Forças Armadas?
Vale,
que o Programa do XIX Governo Constitucional, aos costumes disse nada.
Isto é, devem estar agora, a estudar o futuro. As usual.
Não digam parvoíces!
Se os militares tiveram de vir para a rua para se fazerem ouvir ,certamente o fizeram porque a cadeia de comando deixou de funcionar. Quando as chefias superiores se tornam "surdas",por inépcia ou porque o governo não lhes liga nenhuma ,estas coisas acontecem.TEM DE ACONTECER!
E qual a razão de ilustrar o post com o escudo de armas do Regimento de Lanceiros de Lisboa, casa mãe da Policia Militar/Polícia do Exército?
Estive lá.
Quando os políticos a quem entregaram o poder fizeram o que está à vista; quando o seu Comandante-Chefe privou meia dúzia de anos, semanalmente, com o inenarrável sem impedir que este duplicasse a dívida neste período; quando, ainda por cima, permite que a obediência ao avental interfira na justiça, como agora tem sido noticiado e há muito é visível; quando a nossa democracia só cede a quem se manifeste na rua; quando, quando, quando... por que razão os militares hão-de estar contentinhos da silva e a receita terá que ser diferente para eles?
JC
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