Na Grécia e na Itália os respectivos chefes de governo (goste-se muito, pouco ou nada deles) foram substituídos por pessoas escolhidas pelas "circunstâncias ocorrentes", como diria Salazar, e não pelo voto. É um mau precedente que não costuma dar grandes resultados.
5 comentários:
A quanto está o preço da laje, ó João? E não se esqueça de usar o avental se for cortar pedra, homem, senão acaba cheio de pó... http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2118382
Em dia de amplas manifestações - civis e militares - por um Sábado que se esperava um pouco mais soalheiro mas que difunde ar quente de Sudoeste pronunciando chuva, permito-me recordar aqui aqueles que não desfilam hoje: os desempregados de todas as idades; sobretudo os desempregados com filhos, os desempregados na maturidade e sem outras (nenhumas) fontes de rendimento; os desempregados cultos e incultos; os desempregados-cavadores e licenciados; aqueles que dificilmente alguém voltará a contratar - por terem fios de prata na cabeça, a testa enrugada pela angústia e por serem inestéticos; os desempregados-deserdados das fábricas que já foram do 'Portugal de Abril', do 'Portugal de Sucesso' e do 'Portugal Tecnológico'; as mulheres do interior - onde fabriquetas de confecções rebentaram túrgidas de dívidas - que agora apanham os cabelos esgroviados ao mesmo tempo que limpam as bocas e o ranho dos petizes; os homens e mulheres simples das Beiras e das Planícies que, uma vez esgotado o brevíssimo folclore embandeirado rubro-negro da Intersindical e da UGT para benefício das têvês, ficaram absolutamente sós, entregues à sua própria desorientação e a perguntas sem resposta; os desempregados que tiveram uma vida útil, que trabalharam e produziram, que pagaram impostos, que sentiram que faziam falta, que tinham uma razão de viver, uma consciência correcta da sua missão, que não passavam horas de ócio à espera da buzina ou do relógio - sempre com horas para entrar e sempre sem horas para saír. Estes hoje não desfilam, mas são muitos. Todos juntos formariam uma manifestação maior que o número oficial de funcionários e trabalhadores do Estado e suas empresas. Mas eles não desfilam: não têm ânimo, já perderam; sabem que é tão inútil como consultar o jornal; os que já não têm subsídios estão talvez hoje a ganhar algum - para um dia apenas, de forma clandestina e sem papéis; não têm a disponibilidade tranquila que a consciência leve permite para usarem do seu tempo (que é muito...) e gastá-lo a "descer até ao Terreiro do Paço"; se lá estivessem olhariam, atónitos e mudos, os gestos e os movimentos dos que ainda têm uma vida normal. Nem Otelo, nem Vasco Lourenço, nem Carvalho da Silva, nem Proença, nem Picanço, nem Nogueira, nem Policarpo nem nenhuma das eminências pardas da justiça e dos direitos dos trabalhadores se rala hoje com eles. E os "democratas" também não - pois desde que em dias específicos o seu voto seja obtido, são prontamente esquecidos os desempregados. Não passam de estatística, de números, de vastos exércitos cuja imobilidade custa milhões a uma sociedade. Estão dados como mortos ou desaparecidos. Tudo demasiado negro e mau para que as nossas "democracias" - ainda agarradas à miragem das ragalias dos anos sessenta e setenta - se interessem.
Ass.: Besta Imunda
E anda a Europa a "exportar" democracia...
A verdade é que em Portugal acontece o mesmo. Passos só foi a votos para cumprir um formalismo, e as sondagens davam por certa a sua eleição. Tudo empregados, portanto...
Até aqui a europa surpreendia pelo desaparecimento dos cidadãos e substituição das cúpulas da união por dois líderes europeus e uns tratados que ninguém consegue ler, quanto mais intrepretar. Mas agora o mecanismo ainda é mais preocupante: "Os deputados do partido alemão, União Democrática Cristã, aprovaram a moção que rejeita a Europa a duas velocidades. No congresso que decorre hoje em Leipzig, os delegados do congresso do partido a que pertence Angela Merkel aprovaram a medide que permite a um país abandonar a Zona Euro sem que, com isso, seja excluído da União Europeia. "
Daqui a pouco as decisões começam na casa de banho da empregada da senhora Merkel, depois passam à sala e dali para as instituições europeias, não sem antes irem à reunião do condomínio. A europa dá sinais de estar a preparar uma gigantesca festa de divórcio com fogo de artifício e implosão. Como diz um amigo meu, o Tino de Rans é que era bom para o lugar do Durão Barroso!
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