2.11.11

A FALÁCIA

O extraordinário Tratado de Lisboa - esse, sim, é que devia ter sido referendado pelo "povo europeu" - prevê tudo menos o que fazer em caso da saída de algum país do euro ou do euro de algum país da respectiva "zona". Como se isto não bastasse, o não menos extraordinário Papandreou sugere que se pergunte ao seu povo se quer ou não ficar no euro sem lhe explicar que a pergunta esconde uma falácia por causa de um Tratado que a Grécia assinou de cruz. Até um cego já viu que o sr. Papandreou quer muito legitimamente livrar-se do cargo que ocupa à custa da referida falácia. E o que é que nós temos a ver com isso?

11 comentários:

André disse...

E o que é que nós temos a ver com a falência do Lehman Brothers? E o que é que temos que ver com a imposição de um segundo referendo sobre esse tratado à Irlanda? E o que é que temos que ver com a chatagem ao parlamento eslovaco para aprovar as medidas da última cimeira?

Infelizmente, parece que ninguém na Europa tem resposta para nada. É a única coisa que está mais que clara.

Tudo o resto não augura nada de bom, nem aqui, nem em lado nenhum...

Anónimo disse...

Já alguns tentaram unir a Europa mas parece que nenhum conseguiu. O Julio Ceaser, o Napoleão B., o Adolfo...
Será que se vai dividir a Grecia em duas com um muro ao meio?

Anónimo disse...

Isto vai acabar com uma guerra.

Portugal precisa dum Pinochet, seja ele de esquerda ou de direita!

Anónimo disse...

Eis o que temos a ver com isso
http://www.publico.pt/Política/passos-coelho-nao-tenho-assegurado-o-financiamento-da-economia-1519299

Anónimo disse...

Pintava a cara de preto se escrevesse um post tão medíocre quanto este.

floribundus disse...

mandem-nos para o Olimpo,
mas paguem a dívida em euros

Anónimo disse...

O "acto único europeu"; Maastritch também devia ter sido referendado - depois de devidamente debatido e esclarecidos os futuros cidadãos europeus. Depois, toda a sorte de adendas e penduricalhos jurídicos acrescentados à medida que se avançava no insidioso desmontar nas nações e da diversidade de culturas: mas não; foram devidamente mantidas no semisegredo da complexidade e da indiferença. Para além disto também ninguém teve uma palavra a dizer quanto ao aparecimento e 'florescimento' de toda uma vasta (vastíssima) gama de instituições e burocracia (cuja principal missão é gastar dinheiro, simular democracia e justificar existências...). A "constituição europeia" (sem referências ao cristianismo e desprovida de vitalidade e de legitimidade) foi outro patético episódio cujo ensaio mostrou que alguns países referendavam e outros nem tanto (!), conforme a sua própria ordem jurídica ou a sua ignorância/irrelevância cívica. Todo um carnaval-democrático até se chegar triunfalmente a Lisboa - aquela Lisboa porreiro-pá que é boa a organizar congressos e a encomendar croquetes para os participantes. E 'Lisboa', com sócrates como anfitrião e drogas alucinogénicas nas bebidas, não durou senão uns escassos meses à intempérie das realidades económicas, sociais e financeiras. Todo este processo tem sido uma calamidade desde o início. Mas agora, eis que o mui democrático Papandreu quer 'referendar' (a ajuda? o perdão? a austeridade? o Euro? o quê exactamente? referendar-se a si próprio? salvar a pele?). Segundo os jornais e a História recente, Papandreu é "o terceiro" de uma dinastia socialista; tal como num país do terceiro mundo, existe uma dinastia socialista, uma chefia hereditária num partido, uma nobreza política, uma casta que prevalece pelo seu nome de família. Os gregos também referendaram o fim da Monarquia em 1974(?) - mas jamais poderiam ou quereriam referendar o fim dos grão-ducados internos e dos negócios familiares do Poder; ou seja, algo mudou para que tudo pudesse continuar na mesma. Em Angola existe a dinastia dos Santos; na Líbia, Kadhafi tinha os seus filhos; na Grécia os 'Papandreo' sempre foram um nome famoso, que me é impingido regularmente ainda desde o tempo da RTP a preto-e-branco; por cá o socialismo do Campo Grande ainda mantém Soares activo de tempos a tempos e deu várias oportunidades a Joãozinho (que ele jamais teria senão fosse herdeiro). É a iluminadíssima democracia do Sul da Europa a funcionar. E os respectivos povos merecem-na.

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Golpe de Estado cada vez mais certo na Grécia.

Raul MN disse...

"a pergunta esconde uma falácia por causa de um Tratado que a Grécia assinou de cruz.(...)E o que é que nós temos a ver com isso?"

Sim? E não é verdade que Portugal assinou contratos de trabalho com os seus trabalhadores de que agora faz letra morta?

Que recebeu mais de um terço do vencimento de todos os trabalhadores do privado, prometendo-lhes uma reforma a que agora retira uma parte?

Os acordos com burocratas internacionais são para levar a sério, enquanto que os acordos com as pessoas, os seus cidadãos, são para ignorar?

Carlos Sério disse...

"E o que é que nós temos a ver com isso?"
Tudo.

Anónimo disse...

Não me parece que o dito senhor queira livrar-se do cargo que ocupa. A questão do referendo que ele propõe deveria ter sido colocada há dois anos no início da crise.
A demissão das chefias militares é um dado que não deve ser menosprezado para compreensão desta decisão do Sr. Papandreou, depois de ter assinado os compromissos da semana passada. Para não referir as posições irresponsáveis do partido da direita que é contra estes compromissos com a UE. A questão que se coloca é saber qual a razão que o levou a tomar esta atitude.