8.10.10

UM "MANIFESTO REFORMADOR"


Estive no debate-lançamento do livro de Manuel Maria Carrilho. Antes da UNESCO, Carrilho foi vice-presidente da bancada parlamentar do PS. E, antes disso, foi ministro da Cultura de Portugal e candidato do referido partido à CML. Ninguém da nomenclatura partidária ou espírito independente socialista (havia bola), a não ser, dizem-me, Maria de Belém - a da "auto-estima"-, marcou presença. O autoritarismo, como ali se referiu, mete medo às pessoas e, pior do que isso, elas deixam-se intimidar. Num partido (e numa sociedade) onde não há debate de coisa nenhuma há seis anos, nada é de estranhar. Estão praticamente todos ajoelhados diante de "Sócrates dos últimos dias". Ali também se perguntou para que é que serve a determinação - a famosa determinação que tantas palmas tem arrancado de tantos prosélitos previsíveis e imprevisíveis - se o "determinado" está na ignorância. Os ajoelhados que respondam. Quanto tinha 18 anos, assinei o "manifesto reformador". No fim de 79, os reformadores estiveram na AD que, cinco anos depois do "25 de Abril", varreu o lixo revolucionário e as hesitações de Soares para um limbo. Se tivesse de escolher outro título para o livro de Carrilho, punha lá "Manifesto Reformador" - para o país e para um partido entregue a um pequeno grupo de desbiografados. Tomara qualquer um dos candidatos às próximas eleições presidenciais poder apresentar um manifesto assim. Na realidade, e a avaliar pelos "sinais", o que é que se vai debater nelas? O orçamento como um desígnio nacional para os próximos anos?

4 comentários:

joshua disse...

Isto, João, é o estertor dos amedrontados bajuladores; as últimas dos simiescos submissos; a despedida dos mais invertebrados entre a fauna de moluscos e vermes que prosperou em seis anos de Falsa Partida Farsa.

Em terra de covardes, Carrilho está a destoar. Bom sinal para o desbaste argumentário que é imperioso deitar mão.

A chuva, as trevas, os ventos remetem para a toca a temebunda Tribo do Rato.

Anónimo disse...

Deixe lá Sr. Dr., agora é penar com paciência de corno até ao desfecho da treta presidencial - mole e rasteira - tendo no entretanto pelo meio qualquer coisa como um apocalipse banal, e de juros mais elevados, se o OE chumbado levar sócrates para a rua; ou como um trágico percurso para a miséria, liderado banalmente por sócrates se o OE for aprovado. Em Maio as flores abrirão, as burras entrarão em cio e cavaco (ou outro cabide constitucional por ele) retomará a pachorrenta posse da dissolução.

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Assustador ainda alguém querer um "desígnio nacional", colocar todos os ovos no mesmo cesto não foi o que se fez até agora? Lindos resultados.
Espero que desígnios sejam só os pessoais ou o de grupos que se juntaram voluntariamente sem obrigar ninguém a segui-los .

lucklucky

floribundus disse...

'jorze' sampaio dizia que o 'designio nacional' eram 10 estádios de futebol.
os cretinos até esquecem a fome.

as 'energias renováveis' serão montes de sucata daqui a uns anos

o rectângulo fascista já foi para o 'sucateiro'