10.11.09

SE FIZEREM FAVOR

Para além de gostar deles, os poemas que de vez em quando aqui coloco também de destinam ao excelentíssimo público. É como que um teste. E a conclusão (pobre) é que poemas são coisas que não interessam nada ao excelentíssimo público. Até bloggers que têm reputação de poetas só escrevem panfletos políticos em forma de posts. Isto diz muito da nossa embrutecida condição. Escravos dos poderes mediáticos e de pequeninos titãs pseudo-democráticos, já nem um poema (e o que antecede é uma pequena obra de arte literária para quem ainda não percebeu) lemos. Um pouco mais de qualidade de vida, se fizerem favor.

17 comentários:

Eduardo Torres disse...

É verdade. Contudo, ler poesia no ecrã pode não ser a melhor maneira para quem prefere voltar a página. Em sossego. Sem sons e mensagens "entrando" no computador. Sem nomes de blogues na coluna ao lado.
Voltei atrás e li o poema de Eliot, que é magnífico e merece o desvio, um desvio inteiro, das sucatas e outras narrativas dos Sopranos do nosso descontentamento.

Unknown disse...

Esquece-se de que este é o país do Sousa Neto,,,

radical livre disse...

tem razão em estar aborrecido com os seus habituais leitores.
nem todos sentimos as situações do mesmo modo.
reagismo em função de diversos factores.

o cérebro humano, centro director do armazenamento e transmissão de informações contêm neurónios (aproximadamente 10 elevado à 11ª potência). cada um deles forma sinapses ou conexões com outros 200mil.estímulos excitatórios e inibitórios afectam simultaneamente cada neurónio.

hoje fui de tal maneira afectado que sou incapaz de reagir ao bom e ao belo (calos cagatos).

saúde e fraternidade

Anónimo disse...

Eu prometo ler o poema, mas primeiro tenho que ler as últimas sobre o golpe no estado de que hoje tivemos notícia.

Literato de serviço disse...

De poeta o blogger a que o JG se refere só tem mesmo a reputação...

Chloé disse...

Será suposto comentar um poema?!
Pois eu cá consideraria um bom sinal se não me inundassem a caixa de comentários.
Salvo observações/retribuições em espécie, o maior aplauso, em poesia, faz-se como no caso do fado de Coimbra: com um veemente silêncio.
No máximo, com uma pigarreadela ocasional para re-acordar. Ou para 'desapertar' a garganta.

GAVIÃO DOS MARES disse...

Ninguém vem aqui para ler poesia.

joshua disse...

Protesto, caro João! Eu li o rótulo do vinho e sei que é "divinho". Abraço. Sabes que muitas vezes a Festa que fazemos e a Fome que matamos andam em contracículo com as angústias do Mundo. Estupor, angústia e desalento impedem vezes de mais a vitória de um Poema sobre a nossa sensibilidade agredida.

Re-Abraço!

Anónimo disse...

Poesia ? Em Inglês ? Não será pedir demais à gente ?
Ainda se fosse "Os passarinhos tão engraçados ,fazem os ninhos ,etc,etc .Mas Eliot ??
No entanto ,já agora ...
I shall be telling this with a sigh / somewhere ages and ages hence/Two roads diverged in a wood,and I/Took the one less travelled by/And that has made all the difference.
Robert Frost -The road not taken (1916)
Nauseated Portuguese

Antonio disse...

é verdade que nao costumo ler os seus poemas...

Deveria ter em conta a motivacao das pessoas para visitar blogs..

Eu quando quero ver filmes vou ao cinema, quando quero ouvir música vou a um concerto, quando quer ver futebol vou ao estádio e aí por diante...
... quando quero estar informado leio jornais e leio alguns blogs e quando quero ler compro um livro...

abraco

Irmão Karamazov disse...

Eu leio... a propósito:

Nada me demove
Ainda vou ser
O pai dos irmãos Karamazov

Paulo Leminski, "Caprichos e Relaxos", Editora Brasiliense, 1983

Anónimo disse...

é como no texto do Michaux, traduzido pelo HH: "menina, pá pequena"...

Anónimo disse...

Falta aqui um botão a dizer "gostei" e outro a dizer !desgostei"... chega.

;-)

JCL

Anónimo disse...

Bons comentários.
O poema?
MJ

Anónimo disse...

"É como que um teste." - e é pena...
Cumprimentos,

Carla Jané

vr disse...

Eu leio os poemas que coloca aqui. Excepção feita ao T.S. Eliot, não costumam ser grande coisa - e portanto não tenho nada a dizer sobre eles.

Anónimo disse...

COMO O VENTO

Ser como tu? Vento!
Talvez...
Correr montes, correr vales,
Subir às altas montanhas,
Descrever quanto tu vés
E de nada sentir males,
Contar coisas estranhas,
Derrubar torres e muralhas,
Agitar com fúria os mares,
Vencer nas grandes batalhas
Da Terra ou dos ares,
Sepultar vivo ou morto
Tudo o que há, no mundo, torto.


Machado Cordeiro