Por falar em comunicação social, foi apresentado um novo periódico. Chama-se «i» e vai ser dirigido por Martim Avillez Figueiredo. Pertence à Sojormedia e é conhecido no "meio" pelo jornal "Lena". Diz-se que o dito «i» vem para concorrer, por exemplo, com o Público e que o regime - leia-se, Sócrates - vê com interesse a emergência do novo jornal. Terá nomes conhecidos e outros menos, designadamente quinze jornalistas - estagiários «recrutados através de candidaturas realizadas exclusivamente pela Internet.» Um amigo meu apresentou a sua candidatura que, a dada altura do "processo de selecção", envolveu o texto que a seguir reproduzo. Não passou, porém, dessa fase. Por que terá sido?
Distracções da Corte
A pergunta de Ferreira Leite “seria bom haver seis meses sem democracia?” não é, por si, desinteressante. Tanto assim é que é possível ler nos jornais que “vai marcar a vida política portuguesa nos próximos tempos”. É, contudo, impossível afirmá-lo sem, ao mesmo tempo, garantir que a discussão seja totalmente irrelevante. Enquanto o regime discute, pública e inocuamente, as intenções da líder do PSD, o primeiro-ministro tem preciosos minutos de descanso. O número vasto de elementos do executivo que, alegre e alheio à realidade difícil do país, abriu a feira “Portugal Tecnológico 2008” em mais um momento de aflitiva contradição com os resultados práticos do programa de governo, prova-o. Gasto o modelo de visitas às escolas com imagens de crianças bem comportadas e felizes com computadores, a feira de tecnologia serve o mesmo propósito de propaganda.O que deveria constituir notícia são as decisões da comitiva governamental, o seu debate e as implicações no quotidiano dos portugueses. A propaganda indesejável pulula descaradamente em muitos órgãos de comunicação, contribuindo, com método, para a sua descredibilização e dos seus profissionais. É impossível manter “ad aeternum” uma ficção como a que o governo alimenta. A realidade é extraordinariamente mais pesada.
18 de Novembro de 2008
António Leite-Matos
Adenda1: Outro texto que não passou no "processo de selecção", enviado pelo leitor João Francisco Velez:
18 de Novembro de 2008
António Leite-Matos
Adenda1: Outro texto que não passou no "processo de selecção", enviado pelo leitor João Francisco Velez:
“Novas Oportunidades” – a última chamada
O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013 é a última vaga de dinheiros comunitários que Portugal irá receber. Tal facto enfatiza a necessidade dos recursos serem bem distribuídos. Olhando para trás, para o Quadro Comunitário de Apoio (QCA) III, notam-se diferenças. Além dos 7 planos regionais, que correspondem às NUTS II, passamos de 11 programas operacionais sectoriais para apenas 3. É, assim, tempo de Portugal se preocupar com o software e deixar para segundo plano o hardware. A preocupação terá que ser agora o imaterial, na esteira da chamada “Estratégia de Lisboa”. Numa linguagem mais dura, mas não menos verdadeira, é hora de cortar menos fitas, de inaugurar pomposamente menos “elefantes brancos” e de, agora sim, qualificar os portugueses. Prepará-los para a nova sociedade do conhecimento, o que é condição sine qua non para o futuro sucesso de Portugal no Mundo. Resta saber se Portugal conseguirá “endireitar” um Quadro que nasceu torto. É que, pela primeira vez, os fundos estruturais são alargados a todos os Estados-Membros (até os mais ricos). Sendo assim, estes acabarão por recuperar parte da sua contribuição para o Orçamento comunitário e contribuirão para uma cada vez mais “Europa a duas velocidades”.
João Francisco Velez
Adenda2: Este não concorreu ao «i». Não precisa, naturalmente. Chama-se José Lello e é deputado do PS e presidente de uma assembleia qualquer lá fora. Consta que sabe ler e escrever.
«Só me admiro da passividade da ERC. Como é possível haver um telejornal como o de sexta-feira que é um 'reality-show' da dra. Manuela Moura Guedes« que «faria sucesso numa República das Bananas» mas cuja «falta de objectividade e de respeito pelos valores mínimos de isenção é um escândalo.»
O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013 é a última vaga de dinheiros comunitários que Portugal irá receber. Tal facto enfatiza a necessidade dos recursos serem bem distribuídos. Olhando para trás, para o Quadro Comunitário de Apoio (QCA) III, notam-se diferenças. Além dos 7 planos regionais, que correspondem às NUTS II, passamos de 11 programas operacionais sectoriais para apenas 3. É, assim, tempo de Portugal se preocupar com o software e deixar para segundo plano o hardware. A preocupação terá que ser agora o imaterial, na esteira da chamada “Estratégia de Lisboa”. Numa linguagem mais dura, mas não menos verdadeira, é hora de cortar menos fitas, de inaugurar pomposamente menos “elefantes brancos” e de, agora sim, qualificar os portugueses. Prepará-los para a nova sociedade do conhecimento, o que é condição sine qua non para o futuro sucesso de Portugal no Mundo. Resta saber se Portugal conseguirá “endireitar” um Quadro que nasceu torto. É que, pela primeira vez, os fundos estruturais são alargados a todos os Estados-Membros (até os mais ricos). Sendo assim, estes acabarão por recuperar parte da sua contribuição para o Orçamento comunitário e contribuirão para uma cada vez mais “Europa a duas velocidades”.
João Francisco Velez
Adenda2: Este não concorreu ao «i». Não precisa, naturalmente. Chama-se José Lello e é deputado do PS e presidente de uma assembleia qualquer lá fora. Consta que sabe ler e escrever.
«Só me admiro da passividade da ERC. Como é possível haver um telejornal como o de sexta-feira que é um 'reality-show' da dra. Manuela Moura Guedes« que «faria sucesso numa República das Bananas» mas cuja «falta de objectividade e de respeito pelos valores mínimos de isenção é um escândalo.»
14 comentários:
com a crise vão sobreviver os jornais gratuitos e o publico.
este ano já fecharam 600 cafés e 260 restaurantes.
a acção socialista vai sair com este nome em ano de eleições.
desespero no largo dos ratos após desatrada exibição de zézinho Hamlin num pavilhão com espinhos e espinhas.faltou alegria.
às escuras ficaram os desempregados, as pmes, etc
radical livre
Brilhante e, está visto, indesejável pela respectiva acutilância.
Tomando-me a mim mesmo como exemplo, não faltam desempregados deliberados da Legislatura por delito continuado de opinião contra gato-bosta comunicacional por lebre acção-resolução de problemas e salvaguarda das pessoas contra os interesses. Há misérias e opressões encomendadas para aqueles que são uma só coisa com a Verdade e a Realidade em face da Fachada e da Falsificação.
Quando conto os últimos cêntimos parcamente subsidiados do meu mês, bem antes, muito antes do respectivo fim, e me preparo para comer basicamente pão e tostas e imobilizar-me numa escrita doméstica irreprimível, pergunto-me se vale a pena sofrer pela causa da Justiça profunda em Portugal, pela Verdade inteira dita e praticada perante e em favor dos portugueses, pelo fim da hegemonia traste da Mentira que atingiu o auge do nojo com Sócrates, o que é evidentíssimo.
Deve valer, mas não me sustenta nem tranquiliza em nada mulher e filhas.
o joao eu vinha aqui pedir desculpa pelos comentarios que aqui fiz a proposito do paulo pedroso, estive a pensar, e realmente fez bem em nao publica-los. eu tambem nao gostaria de ser alvo de tais insultos, enfim o anonimato faz-me perder a noçao dos limites. o joao se bem me lembro apelidou os anoninmos de cobardes (o meu nome nao é diogo torralva) e tem razao.
peço no entanto que tal como socrates veja no mal uma consequencia da ignorancia, pois se voce é alvo da minha galhofa ocasionalmente, eu tenho que viver diariamente comigo proprio, e esta bom de ver que nao me posso ver ao espelho, sou uma especie de mickey rourke.
eu sei que o joao me ignora, mas eu ficava de mal comigo se nao apresentasse anonimamente as minhas desculpas.
Diogo Cão
nem imagino porquê, está bem escrito, não está?
Não me parece um grande texto, para ser franco. Abre com um uma ideia que não se relaciona com o resto da opinião produzida, para a qual é simplesmente um pretexto. Parece-me pouco jornalístico e mais um texto de blogue ou para uma coluna de opinião.
Enquanto tiver ali a fotografia do Pedro Santana Lopes, não o visito. E depois ainda demoro uns dias a esquecer-me .... lá para o verão, talvez volte.
rm
"Parece-me pouco jornalístico e mais um texto de blogue ou para uma coluna de opinião."
O que pediam era um texto de 1300 caracteres sobre um tema à nossa escolha. Assim, sem qualquer outra indicação. Logo depreende-se que, supostamente, é irrelevante o estilo do texto.
Talvez alguém devesse dizer ao sr. Lello que, à esquerda da tecla com o pontinho, há uma outra com um rabisco chamado "vírgula" que ele também pode usar de vez em quando.
"Logo depreende-se que, supostamente, é irrelevante o estilo do texto."
Com certeza, mas não estava a questionar o estilo. Apenas a lógica interna do texto. O segundo texto (JFV), por exemplo, está muito mais bem organizado.
Quanto à selecção ter sido feita pelos conteúdos... Não me espantaria nada. Olha quem. Mas para ter a certeza de que foi assim, teríamos de ver aqueles que foram aceites.
Então era o Estado Novo que tinha os orgãos de informação nas mãos do governo e do "capital"?
Nunca se viu tanto, como desde há 34 tristes anos, politica governativa, dinheiro e betão embrulhados em papel de jornal ou filmados no "tele jornal".
Povo! aprende com o teu triste fado : Cá se fazem, cá se pagam!
Quem trai, acaba traido!
parace que o governo patrocinou um mega-negocio do grupo lena c a venezuela chavista, fará parte do business plan do novo jornal?
vai ser giro observar todas as empresas do sistema a anunciar no jornal, do bes à edp, da caixa ao bcp....as mesmas que cortaram a pub no publico desde a sua inclusao na lista "negra"
Foda-se, ó João! Vê lá se não queres meter letra ainda mais pequena que é para a malta não conseguir mesmo ler o teu blog. E é sempre nos posts mais interessantes que fazes essa merda de encolher a letra. Irritas-me com isso!
Quero ler e não consigo!
O tamanho da letra, caro anónimo do 'foda-se, ó João' serve talvez para metaforizar, reforçando-a, a pequenez inqualificável dos emissores do discurso, como o o grande Ubíquo da Tacharia, Lello, creio.
É natural que o seu amigo tenha sido preterido na admissão: o texto que V. reproduz não é carne nem peixe, impublicável em jornal. Um jornal recruta jornalistas, ou seja, pessoas habilitadas a redigir notícias, fazer entrevistas, fazer reportagem, etc. Tudo menos dar opinião "à la blog". Para a opinião vão buscar gente com currículo.
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