16.3.09

CONCURSO PARA CAPACHOS


Vale a pena ler este post, mais este, este ainda e o derradeiro (não se pode perder os "comentários" aos posts para entender o "contexto") para se perceber o que é o regime absolutista do PS de Sócrates. E para se perceber, seriamente, como há tantos dependentes dispostos a servir de capacho. Deviam, aliás, abrir um concurso para capachos ambulantes. Não sei se haveria vagas para tantos candidatos. Como escreve a autora, «é (...) assombroso o número de anónimos que dependem do ps e do governo. A quantidade de gente que surgiu a querer fazer prova de vida perante "quem manda" é impressionante. Seria óptimo que o fizessem de outras formas, embora, pelo que hoje li, talvez o melhor seja ficarem sossegados.»

Adenda: O Filipe já me conhece o suficiente para saber que incluo muitos jornalistas na "candidatura" ao concurso para capachos. Aliás, muitos deles - tipo Câncio e diversos plumitivos espalhados estrategicamente pelas redacções, as actuais e as por vir, em jornais, rádios e televisões - aparecem nos comentários dos blogues sob a capa cobardola do anonimato. É por isso que seriam sempre uma boa escolha para a elaboração do "aviso de abertura" do concurso. Há sempre um capacho mais capacho do que outro.

13 comentários:

Anónimo disse...

Com a permissão do João deixo esta citação, que vinda dos tempos de antanho continua pertinente:


“A extrema obediência supõe ignorância naquele que obedece; igualmente supõe ignorância naquele que comanda; este não terá de deliberar, de duvidar nem de raciocinar; não deve senão querer”

Montesquieu, (2003) Do Espírito das Leis, Editora Martin Claret, São Paulo, p.47.

TAF disse...

Tem razão em muito do que escreve, mas esquece uma parte que também me parece muito relevante: eu, que estou muito, muito longe de poder ser considerado apoiante de Sócrates, questionei educadamente o rigor do relato (pouco verosímil) e a autora esquivou-se a responder.

joshua disse...

Nunca me diverti tanto: os anónimos sucessivos em defesa do Dr. Rui pareciam sempre o mesmo com um estílo grandiloquente e arquejante, mesmo com o esporádico uso desinfecto de vernáculo.

Os factos relatados pela Dina ou pelo calor da sua subjectividade também têm calor e candura e, por que não?!, objectividade. A dela. Tal como o condescendente e blogosférico ministro blogueano a dele, aliás polifónica, como se leu.

Portanto, tudo aqui é 'mágico', 'poético', 'belo'. O Dr. Rui a vir pressuroso a defender-se ociosamente com toda a nobreza e à sua cadeira cabo-verdeana e ao aceno afectivo e invitatório do PM, cadeira jamais usurpada e muito menos insinuada, aceno incondicional, completamente porreiro.

Pensei que só o Parlamento, neste tempo de fomes brutais e faltas tremendas, era dado a bizantinices. Mas não. A Bizantinice e o não-essencial está por todo o lado, entretendo os portugueses e desviando-os, por momentos, do grande enigma pessoal: como sobreviver.

Aliás, a julgar pela grande pausa visitacional que a Bloga Nacional observou na semana passada do José Eduardo e do Vôo cabo-verdeano, e uma vez que o Povo não lê blogues nem jornais nem porra nenhuma, fica provado que o Governo Lê Blogues Denodada, Massiva e Apaixonadamente, tem papagaios a defendê-lo por aqui-del-blogue e por ali-del-blogue e tem sobretudo isso, uma corte correcta de grandes emissores de amens, de peões em cios defensivos do seu Senhor.

Escrevem bem como quem escreve actas e ofícios, mas não têm estilo pessoal como o não tinha Oliveira Martins, o contemporâneo de Eça: como a realidade e a subjecividade com que olham a realidade os não transforma e não se reverte numa linguagem autêntica, sensível, em vão tentarão validar versões oficiais a régua e esquadro. Descrever não é demonstrar. Duas subjectividades, uma parca, a da Dina, a outra precária, a do Dr. Rui e do anónimo acessor, uma justapostas não se anulam e também não se subtraem. Permanecem e seguem paralelas.

A nós cabe-nos acreditar, não na melhor argumentação e elenco de factos, mas no que quisermos em função da palavra com a qual nos cumpliciamos ou não cumpliciamos.

O ministro e os seus acessores eloquentes cumpliciam-se claramente. A Dina e os amigos que a conhecem e lhe aferem e caucionam a sensibilidade e capacidade de ver e de sentir fazem-no também.

Gravidade Global? Zero. Pertinência? Nula. O juízo popular do MAI está feito há muito tempo e não muda com a dança da cadeira no restaurante com música.

Talvez seja bom o Dr. Rui, no pouco tempo ministerial que lhe resta, passar não só a ter cuidado com os microfones de alta captação que lhe captam as bocas-Bruni, mas também com o olhar aquilino e ultrassensível dos jornalistas imbatíveis e ultra-experimentados a inferir.

Anónimo disse...

Este episódio de Cabo Verde ilustra bem a qualidade do ministro(?) que Portugal tem para cuidar da sua segurança. Há muito que esse senhor, com ar alucinado, não dignifica o lugar que ocupa e, por isso, já devia ter sido posto na rua. O Querido líder, ao mantê-lo, é tão bom como ele. Rui Pereira não presta e vamos todos sofrer com a sua desorientação perante o aumento de criminalidade. Pobre Portugal!

Anónimo disse...

Elucidativa foto de uma "marrã".

O progresso da democracia nacional, levou a que os partidos politicos sejam geridos como empresas, envolvendo cumplicidades, arranjos, sobrevivências e subserviências.

Algumas particularidades no entanto se verificam na "fauna", com sucessivas clonagem dos elementos de castas inferiores face a elementos de casta superior mesmo que estes últimos sejam de menor valor em conteúdo.

De contínuos até ao topo, as organizações estão (devidamente) manietadas, restando pouco espaço a outras opiniões.

No entanto vamos assistindo a tentativas de "bicos de pés" em que malhadinhas Silva tenta chegar a PSP(ereira) sem se dar de conta que joga na 2ª Divisão.

Mas é assim que eles gostam invariavelmente (rosa ou laranja),..., MARRÃs.

A

Rui

PS. Espero não ter dito nenhuma heresia.

joshua disse...

A lana caprina invadiu de irrelevância a vida portuguesa: uns anónimos disputam retroactivamente e com paixão a inocência do MAI, protestam-na. Não havia desejo de cadeira e do lugar à mesa ao lado do PM, aconteceu.

Outros disputam a percepção de desalojamento hierárquico e de insinuação pelo MAI de uma cadeira ocupada. Já pararam para pensar que este assunto não vale puto?

Resolvam isso lá fora, como o Martins e o Candal. A Dina não gosta do MAI como quase ninguém. Eu muito menos. O MAI provavelmente passa aquela pose não-me-toques-sou-um-deus-maçónico-e-tenho-padrinhos-poderosos. Mas não é verdade que se veio pôr de joelhos no templo privativo do que nos dá na real gana pensar e dizer?! Se veio justificar-se foi porque precisou.

Isso basta como mau sinal, aliás inédito entre ministros e altamente sinalizador de ócio e descompressão em fim de mandato, aliás desastroso.

Anónimo disse...

Com a permissão do João (espero que me possa sentar a seu lado) deixo esta citação, que inventei agora:

"Quero que tudo isto se fure, em voz latina - e lapidar."

Camilo Castelo-Branco, "Notas Bárbaras II", Coimbra, s/d., p.3.

Anónimo disse...

Palavras para quê? "Manda quem pode, obedece quem deve!", uma máxima bem portuguesa e bem "custosa". Assim não se vai a lado nenhum. Bem podem os inconformados gritar... no "final do dia" a tribo das orelhas baixas ganha.

PC

Unknown disse...

Pelo que li a jornalista é bem capaz de ter razão...mas eu também nunca gostei de ver jornalistas a comer à mesa com o governo.

fado alexandrino. disse...

A única coisa interessante, como diz o relato do Público, é que o outro "jornalista" que estava sentado na mesa não viu nem ouviu nada.
Por pudor não se diz o nome do mesmo.

Isaac Baulot disse...

A vontade de bater no querido líder é tanta, que as pessoas até se esquecem de ser clarividentes.
É claro, dos diversos testemunhos, que o empregado não mandou levantar a jornalista para sentar o ministro.
A jornalista faltou à verdade, talvez cega pelo receio de perder a tão grande honra de estar sentada ao lado do querido líder, e ver interposto um ministro entre ela e o querido líder.
Quem ganha então o concurso dos capachos?

Anónimo disse...

Desculpem!.. Porque raio estavam tantos jornalistas na "mesa do Governo?" É suposto...?
Vem sendo hábito.(mau)

FNV disse...

Ora aí está uma boa pergunta.