21.3.09

ERC E MANUELA OU A TROVA DO RESPEITINHO - 3

«Quando a TVI investiga activamente o caso Freeport e todos os outros casos (e são muitos) relativos à passagem de José Sócrates pela Secretaria de Estado e pelo Ministério do Ambiente, sem se preocupar com as inconveniências, está a cumprir uma função que justifica o papel cívico do jornalismo. O que deveria preocupar-nos não é o facto de o noticiário da TVI ser assim, mas sim o facto de os outros não o serem. O respeitinho com que se trata o poder em Portugal, principalmente o que vem do PS, que é socialmente mais vasto (o PS é muito mais o establishment nacional, da academia às fundações, do que o PSD), é uma patologia cívica que nos entorpece. E, como bem têm assinalado os responsáveis da TVI, as suas notícias nunca são desmentidas.Por tudo isto, espero que a ERC não seja o instrumento que dê ao Governo o pretexto legal para atacar a TVI. O anterior Governo, muito mais atabalhoado neste tipo de operações, conseguiu tirar Marcelo, um seu crítico, de um espaço que lhe dava "espaço" e confiná-lo num canto da televisão pública, uma ecologia sempre difícil para um comentário crítico à governação. O actual Governo pretende seguir-lhe os passos e as pressões contra tudo o que é a já frágil linha de independência nos jornais, rádios e televisões, acentuam-se cada vez mais. A crise ajuda, com o Governo a comandar cada vez mais a economia dos grupos de comunicação pelas decisões que toma. E, com este Governo, e com o tandem Sócrates-Santos Silva, o que não vai a bem, vai a mal. E já se percebeu que, pelo menos com a TVI, não vai a bem.»

José Pacheco Pereira, Público

2 comentários:

joshua disse...

Na verdade, tudo o que este PS executa, discípulo das polícias mais implacáveis dentro da legalidade da mais sorna subtileza musculada, é insidioso de mais para ser percebido como grave e perigoso por parte da sociedade.

Assim se apodrece e morre em Portugal lentamente, viscosamente. Oito anos disto e esta peste desastrosa fará de Portugal um satélite triste de Espanha. Fátima Campos Ferreira a Ministra adjunta dos Assuntos Parlamentares!

AC disse...

O que temos hoje não caiu do ceu, há 30 anos que andamos a votar nos mesmos embora as siglas sejam diferentes.

Sejamos capazes de ter a coragem de não nos acobardarmos em chamar as coisas pelos seus nomes. Hoje há ou está a surgir mais controversia porque as desigualdades e as injustiças já estão a afectar camadas da sociedade que se julgavam livres e fora desse circulo. Há portuguesaes que só acordam quando levam com o tijolo na cabeça. Como alguém disse... prenderam o operário mas como não era operário não me importei... depois o comunista mas como não era comunista também não liguei peva e quando me levaram já não tinha ninguém que me defendesse. Isto é a cultura que temos e que apesar de ter havido um 25 de abril não foi alterada. Outros interesses se levantaram. Até amanhã camaradas.