A tvi24, de novo pela mão de Constança Cunha e Sá, concedeu mais um pequenino tempo de antena ao "socratismo". Começou no dr. Soares e esta noite - com Câncio, Viegas e Coutinho - prosseguiu com o bardo Alegre, mais exactamente contra o bardo Alegre e as suas diatribes esquerdo-patológicas manifestadas ao jornal "Expresso". A seguir, Coutinho revelou a sua "compaixão"(?) pelo Chefe de Estado mas, felizmente, não "desenvolveu" a coisa. Câncio, cada vez que se toca na "liberdade de expressão" e em controlo sobre a comunicação social, fica hirsuta contrariamente ao que lhe costuma acontecer quando aborda a intimidade de cada um e respectiva "regulamentação". Viegas sugeriu "debate aberto", sem "entidades reguladoras", enquanto Câncio, a jornalista, mostra adorar coisas como a ERC e a falecida Alta Autoridade a quem, confessou, se chegou a "queixar". Para compor o ramalhete, só faltava mesmo o Luís Salgado de Matos que parecia saído de uma encenação operática neo-realista e nitidamente "metido" ali a martelo para "introduzir" o tema CGD. Finalmente, uma risota frívola da Câncio quando foi mencionada a Igreja Católica resumiu o programa. Tal como os outros deviam ter-se rido dela quando comentou os negócios da CGD com o sr. Fino (que pareceu "apoiar") sem ter nada na cabeça (frisou) sobre a matéria. De resto, é aquele "tom único", mole, não conflitual (salvo quando a Câncio se sente "atacada" e, ali, só se for pelo Coutinho) e sempre que possível a puxar ao "levezinho" que caracteriza normalmente estas "conversas" sejam quais forem os participantes, seja qual for a televisão. Mais um programa, enfim. Levemente para o torto.
Adenda: Hoje a RTP2 "deu-lhe" para prestar verdadeiro serviço público. Exibe Stanley Kubrick. Dois dele. "2001, Odisseia no Espaço" e "Laranja Mecânica".
Comentário do PPM (domingo): «... e Fernanda Câncio a assumir o papel de primeira dama do Governo do PS.»
Comentário do PPM (domingo): «... e Fernanda Câncio a assumir o papel de primeira dama do Governo do PS.»
4 comentários:
Chegou a vez do sub-prime dos comentadores...
As tretas lá comentadas nem com molho de tomate...
Em Portugal a petulância e a ignorância já são um "posto"...
São todos correctos, todos barrigudos de bem-estar e cínica indiferença com o que neste momento começa a doer a milhões de portugueses; todos defensores de ideias e pontos de vista que lhes são exteriores e não-vitais, tão-pouco urgentes, com os quais racionalizam sem paixão ou engajamento, com predomínio para a Oco-língua de pau xyloglossária Câncio.
Chegado a ela, lamento imenso, mas não encontro por aí nada tão completamente venal do ponto de vista íntimo e intelectual: falta por lá, no programa, o concurso de um popular para, saído do seu buraco, repleto da merda da realidade, da merda das dificuldades, da merda da rua, das misérias que testemunhe em crescendo, lhe dizer, sem rebuço, como o deputado Martins ao postiçário Candal, «Vai pró caralho!»
Ontem, tive uma insónia curada com Larry King e Anderson Cooper: que diferença! Mesmo os apresentadores mais carismáticos dedicam duas horas com especialistas a assistir e exemplificar gente concreta e em directo, nas suas angústias e buscas por emprego e resolução de vida. Por cá? Por cá abundam teóricos e encartados que em momento nenhum ponderam borrar-se Realidade e Concreto; nem por um minuto se contaminam com as dores, muros, explorações reais, desempregos crónicos, exercendo o mínimo de solidariedade. O maior e mais escabroso exemplo é dado pelo Asno Absoluto, mas isso não constitui surpresa em alguém que faz trinta por uma linha com vínculos mil a fajutos e escroques.
Nisso e em tudo o mais, Portugal jaz morto e apodrece.
A srª "jornalista" Fernanda Câncio (que resume essa sua actividade à publicação de uma crónica semanal num suplemento de domingo de um jornal) - que se auto-justificou ignorante sobre assuntos debatidos no programa - não fez mais do que publicitar o blog onde colabora, prestar-se ao serviço de menina-do-coro do Partido do Pensamento Único, e propagandear as virtudes da homilia do Chefe!
Esquerda caviar quem? A Cancio parece-me mais esquerda chicharro. De resto, tem razão: do programa dificilmente virá alguma coisa interessante.
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