22.7.09

FRACASSOS ESPELHADOS


Abriu, como se fosse um ersatz da Expo 98 - e precisamente por ali - o "campus judiciário" de Lisboa. Teve direito a Sócrates, a Alberto Costa, a Supremo e a PGR. O venerando conselheiro Pinto Monteiro, aliás, não se poupou em elogios escolásticos à obra. Uns quantos juízes, porventura "em protesto", não apareceram. Dizem que a coisa não tem"dignidade". Com a desculpa da mudança, há já algum tempo que alguns dos agentes envolvidos na administração da justiça e na prossecução da acção penal não "apareciam" nos respectivos processos. Ainda por cima vêm aí as férias judiciais. Moral da história. Quer o SNS, quer a Justiça são "áreas" a evitar. Seja no "campo" ou num edifício. Sob a capa da modernidade espelhada, não progredimos no que interessa verdadeiramente às pessoas: saúde e justiça.

5 comentários:

De nihilo nihil disse...

Reparei na preocupação que houve quanto aos aspectos arquitectónicos e ergonómicos do edifício.
A conjugação de atributos de uma casa da justiça com um lago cheio de calhaus e paredes de vidro é de mestre.

Mani Pulite disse...

Uma mata ,a outra mói.Ambas estão imobilizadas com as rodas afundadas na lama.Pobre do cidadão que se meta com elas.Leva de certeza e pela medida grande.A propósito,quando é ouvido o Zézito è la Mamma e o processo Mota tem a máxima divulgação pública?Os Portugueses não podem ser impedidos de ler já o Relatório Vitor Santos Silva relativo às Pressões.O CSMP tem de reunir antes das férias judiciais.Sob pena de se concluir que também está atolado.O cidadão contribuinte exige celeridade a quem paga.

radical livre disse...

do speculum medieval ao der Spiegel, passando pela Alice, o espelho tem sido encarado no seu aspecto literário como portador de imagens passadas ou virtuais.
com sócrates todos os narcisistas se vêm ao espelho. é o vazio quase absoluto.
este edificios são verdadeiros aquários onde os vários intervenientes deviam trazer o nome cientifico.
falar de juizes lembra-me a crítica de aristófanes.
a pessoa mais indicada para a inauguração é de facto o homem que considera o fripór como campanha negra.
um professor meu diria:
"o sulfato ...enfim ...de sódio"
quando eu tinha ovelha o meu pastor dizia "tem de ir a portalegre à porcoária", versão "pata negra" da pecuária

republica socialista da porcoária
"tou fudido"

fado alexandrino. disse...

Achei interessante a reclamação de que os juízes têm que passar pelo meio do povinho. E que o edifício e as salas de audiência não têm dignidade.
De que é que eles têm medo?
A dignidade é estarem sentados num belo cadeirão uns palmos acima do fulano que está a ser julgado e pela posição parece já condenado?

Anónimo disse...

De qq modo,
isto apenas confirma uma coisa:
não acertamos uma.
Em vez de um edifício de raiz, um prédio de escritórios, alugado!
De alguma empresa de algum familiar dos decisores?
Quanto ao patrão da tutela,
outro bronco, estágio em Macau.
JB