31.12.06

DO ANO QUE PASSA - 6

No meio dos folguedos idiotas, passou despercebida a pequena tragédia da Nazaré. Pequena para quem está de fora e enorme para quem assistiu, impotente, à morte dos seus a meia dúzia de metros da areia. São infelizmente precisas imagens horríveis deste género para nos lembrarem o esterco em que vivemos. Não há powerpoint ou promessas de "modernidade" que nos redimam. O serviço de bombeiros e de protecção civil, a polícia marítima e todo esse aparato de autoridade que se exibe em presunçosas conferências de imprensa, levaram duas horas a chegar. Para morrerem estupidamente, bastou àqueles homens um instante da força maligna da natureza e a fatalidade de terem nascido portugueses. Há quantos anos não faz este país outra coisa senão morrer na praia?

3 comentários:

Anónimo disse...

Os portugueses são incapazes de acções imediatas. De tomar decisões sem pedir pareceres.
Trabalho no Min. Justiça e assisto casos que deviam ter tratamento imedidato, mas ...
não vale a pena.
Reparo também que existe uma grande capacidade de olhar para o lado; não se perde o sono por algo que devia ter feito, dado que a culpa a existir será sempre partilhada, especialmente pelos outros.
Desculpe o pessimismo mas depois de tantos anos, não tenho esperança em dias melhores.

Anónimo disse...

Não consigo entender como é possível DEIXAR MORRER a tão curta distância da terra....Só mesmo neste País!!

Anónimo disse...

onde a civilização? onde a justiça? onde as autoridades?
onde os srs do Governo? onde os responsáveis por esta 'normalidade'?