25.12.06

A MENSAGEM


O senhor primeiro-ministro está "confiante" no "passo a passo" que anda a dar. Todos os seus "indicadores" melhoraram, a sua "confiança" aumentou, as "expectativas" aumentaram. Isto graças ao "esforço" que ele anda a pedir a "todos" e a que, pelos vistos, "todos" devem obedecer sem hesitação. "Trabalho árduo" é a receita do senhor engenheiro, a mesma que Salazar proclamou quando ascendeu ao lugar hoje ocupado por Sócrates. Não existe comparação possível. Salazar saneou e equilibrou as finanças, apostou numa economia rural pouco mais que primitiva e, porventura com receio da "classe operária", desprezou a industrialização do país e cerceou as liberdades a fim de sossegar as gentes depois dos desmandos da I República. Até certo ponto da história, foi um estadista notável. Todavia, e contrariamente ao que dizia, decidido até onde ir, acabou por ir mais além. O regime - ele- tornou-se esdrúxulo. Um dos grandes portugueses do século terminava como uma caricatura de si mesmo, convencido de que ainda era o que já tinha deixado de ser. Sócrates não é nada disto. Em Salazar havia persistência, método, consistência e censura. Em Sócrates existe teimosia, power point, superficialidade autoritária e exploração das virtualidades mediáticas e tecnocráticas da democracia. Salazar era alérgico à "política" e, em certo sentido, construiu o seu poder contra ela, tornando-se, apesar e por causa disso, num dos maiores políticos portugueses de sempre. Sócrates, sendo um típico produto da política partidária e caciqueira - ele é uma circunstância feliz sobretudo para si próprio - acabou por anular o PS e secar praticamente tudo à sua volta em nome da "salvação" do partido e do país. Se falhar, como acabará por falhar, será a vez de o país o secar a ele.

7 comentários:

Anónimo disse...

Resumindo:

como estamos a ser governadados pelas últimas gerações formadas pelo fascismo, basta uma simples análise de idades & datas, para se chegar a esta conclusão, ficamos a saber que Socrates foi um mau aluno de Salazar.

Limitou-se a estudar o estilo, mas não a essência (perseguição politica, PIDE & Turtura, Censura, etc).

Estarei errado?

Um Bom Ano de 2007!

Anónimo disse...

Comparar Sócrates e Salazar? Tenha vergonha. Sente-se mais homem por dizer o nome do outro as vezes que lhe apetece? Está como o outro, o do "falo para fora".

Anónimo disse...

Com o frio que por aí faz e com o gelo que você produz, ainda julga possível o país ter calor para secar o PM? Oh homem, beba um "ponche" para aquecer e... Boas-Festas!

Anónimo disse...

A)"Trabalho árduo", ou mal pago?
Tudo bem, desde que a corrupção nas elites políticas possa ir continuando: EPUL, Metro Pôrto,Desempregados da política na CGD, ou mesmo nas EP's e BdP.
B)«últimas gerações formadas pelo fascismo».
Olhe que não. Antes, das gerações formadas na escola do regime democrático, passagens administrativas e pouco exigentes - Barroso, Santana, Sócrates...
Z

José Cavalheiro disse...

Não estamos a fazer a apologia do "Estado Novo"? pois não?ou estanmos? saudades daqueles tempos?
Eu que vivi neles 21 anos tenho poucas saudades! a não ser da minha adolescência extra facismo.
Comparar Salazar a Socrates, o Estado Novo á nossa Democracia, é forte.
A mim pareceu-me mais quando o Marcelo Caetano falava na RTP nas suas conversas de família.
Claro que sei que o meu mundo actual não é o mesmo do nosso "Primeiro", não passa de um sargentão! aquilo a que ele se refere é ao "País de Socrates" e esse tal como o tempo do "Salazarismo" eu vou combater.
Fiquem bemAdraga

Tonibler disse...

Ou como a lógica é uma batata...

Anónimo disse...

Parabéns pela coragem da "mensagem". O País foi intoxicado durante anos, sobretudo no período do PREC, que o mal português foi o regime da ditadura. Entre 1950 e 1973 o crescimento industrial em Portugal foi acima dos 6%, comparável apenas à Áustria, Espanha, Grécia e Finlândia. O choque petrolífero de 1973 e as nacionalizações pós-revolucionárias fizeram que entre 1973 e 1985, Portugal fosse o único País da Europa Ocidental com um crescimento negativo. Só após essa data, com a integração na UE é que a economia voltou a crescer. Se o Engº Sócrates conseguir, em democracia, fazer o milagre da nossa economia crescer sem o odioso da ditadura, então teremos um grande primeiro-ministro. Até lá é esperar para ver. 2007 será um ano decisivo.
Gattopardo