3.7.06

O NOME DA COISA


Ouço na rádio, logo pela "fresquinha", um juíz de tribunal de família comentar o início do julgamento das treze "crianças" que executaram friamente um sem-abrigo do Porto, a ou o tal que nunca teve direito a um rosto. O referido juíz falava acerca da circunstância de o julgamento não ser público. Perorou sobre as "crianças" e sobre os "prejuízos incalculáveis" (sic) que a "exposição pública" das ditas poderia trazer aos pobres quando crescerem. Para suavizar os "traumas" previsíveis das "crianças" entre os doze e os dezasseis anos, o "colectivo" é constituído por um juíz - supôe-se que a sério - e por dois "juízes sociais". Este assistencialismo insuportável e politicamente correcto impede, para não chocar a nossa hipócrita sociedade, que se dê o nome à coisa, tal como nunca se deu um rosto à vítima. As "crianças" vão acusadas de tortura, homicídio e ocultação de cadáver. Que eu saiba - e onde me ensinaram direito e outras coisas porventura ainda mais úteis para a minha vida - , estes, sim, constituem "prejuízos incalculáveis". O criancismo institucional e cínico deve parar à porta da evidência. Estes miseráveis não são crianças. São monstros em potência, meros criminosos comuns.

10 comentários:

Anónimo disse...

é que eles nem vão ser acusados de homicídio, mas sim de tentativa de homicídio e ocultação de cadáver. eu acho incrível. é que na autopsia afirma-se que a gisberta morreu de afogamento. mas, se eles atiraram-na a um poço de 15 metros foi com a intenção de a matar. quando se atira alguém a um poço é natural que morra por afogamento, sobretudo quando não se pode reagir com o corpo todo partido e perante 5 ou seis fdp. se a atirassem ao rio douro de certeza que também morria por afogamento.e depois, na notícia do público de sábado, que me meteu um nojo incrível, é afirmado que eles vão ter castigos idênticos. caraças, um processo de investigação não serve para apurar as responsabilidades individuais de um grupo? para que é que se investiga? e depois, o tom de condescêndencia de uma fonte anónima ligada ao processo quando disse que não devíamos marcar as crianças para o resto da vida, que foi uma brincadeira que correu mal. caraças, outro fdp. a pena mais grave que eles podem sofrer é a de regime de internato não intensivo (não é bem assim o termo, mas acho que ideia é mais ou menos esta), ou seja, vão poder sair numa boa.
mas o que isto tudo demonstra é o preconceito fdp das pessoas. porque ela era transexual. porque se calhar não merecia viver. fiquei mesmo desagradado com a notícia. a desculpabilização daqueles criminosos que deviam estar na prisão de custoias vai levar a que eles acreditem que tudo é possível. é um erro. o outro sacana diz que não devemos marcar as fdp das crianças, mas marcadas já elas estão, terão que viver com o facto de terem morto um outro ser humano. têm que demonstrar que merecem o perdão, têm que sofrer um castigo.
mas é tudo pq a gisberta era transexual. nunca pensei ler uma coisa daquelas. e enfim, a gisberta parece que não vai ter justiça. é que não é o politicamente correcto nesta merda, mas sim o facto de ela ser transexual. não tem nada a ver com serem menores ou o caraças. eu não percebo nada de justiça, aceito, mas acho que tudo isto está muito incorrecto. não sei se vocês apoiam?

Anónimo disse...

enfim, desculpem o português do texto anterior, mas o politicamente correcto neste processo, aquilo que referiste, serve somente para uma coisa: para esconder o preconceito das pessoas, a falta de respeito perante as diferenças.

Anónimo disse...

Estes miseráveis não são crianças. São monstros em potência, meros criminosos comuns.

Enquanto não transitar a decisão, são mesmo só e apenas menores...

desculpeqqc disse...

Os "...pobres quando crescerem..." serão pobres de espítito, sem dúvida, resta saber se continuaram perigosos.

Se não houver castigo, para além de perigosos, irão começar a desenvolver um sentimento de impunidade, já tão comum na nossa sociedade.

Anónimo disse...

Um dos maiores perigos e que é preverso, é entender que há monstros capazes das maiores vilezas e há os outros que não são capazes de matar uma mosca. Esta atitude assusta-me, porque impede de ver que há um monstro em todos nós e por isso é preciso matar esse monstro todos os dias e desde cedo. Este crime e aquele que foi agora julgado em Inglaterra sobre jovens que mataram outro sem qualquer motivo, demonstram que o nosso facilitismo na educação e repressão baseados que só monstros fazem estas coisas está errado. É preciso rever depressa os nossos conceitos de educação e não deixar as criancinhas completamente à solta à espera de encontrarem a sua personalidade.

Anónimo disse...

sempre podem ir para a porta do tribunal pedir a pena de morte para os criminosos, aos berros, como geralmente faz o povo nestas ocasiões

Anónimo disse...

Um país em que os facínoras são assim protegidos deixou de merecer o nome de país. É uma espelunca.

Anónimo disse...

JG

Mais uma vez está a fazer demagogia em feiras e mercados.
Se efectivamente estudou Direito, em vez de escrever tantas alarvidades, porque não critica antes a Lei Tutelar Educativa, a Prof. Doutora Anabela Rodrigues, o seu Ilustríssimo esposo e o Dr. António Costa?*
Por último, porque não defende expressamente como o faz o CDS que a imputabilidade criminal se deve situar abaixo dos 16 anos?
Este post não tem nada de científico e mais prarece um artigozinho próprio de uma revista que se abre em sala de espera de dentista.
Porque não discute a sério e se circunscreve a juízos opinitavos próprios de quem vai à padaria ou à peixaria de bairro?


* e essa coisa chamada CEJ

Anónimo disse...

Ora frio, ora amargo, ora angustiado. Deleitando-se com o belo, mas quase sempre em contraponto com o que abomina. Registos de humor corrosivo, aqui e além. SEMPRE EXCESSIVO.
Não há grades que o prendam ou inibam. Escreve o que sente e pensa sem limites, nem contemplações. Afronta o politicamene correcto. Deixa-se levar pela cólera. E encoleriza alguns que o leiem.
Um carrossel. Agora em cima.Depois em baixo.
Um blogue diferente... o autor expõe-se.

Caro Rod,
Não é demagogia. É mau feitio.

Anónimo disse...

O que é que JG quer ou faz com os seus comentários a mim pouco me importa!
O que me preocupa é constatar que Vivo num País onde a hipocrisia de uns faz com que floresça a Bestialidade de outros.
Como é que é possivel considerar "que isto foi uma brincadeira de crianças que correu mal " , segundo diz a imprensa.
Das duas uma : ou os jornais estão mesmo a prestar um mau serviço ou quem faz uma afirmação destas não tem nenhuma vergonha e apenas tem em mente embolsar mais uns milhares não sei de quem nem de onde fazendo uma defesa vergonhosa tentando desculpabilizar desta maneira imbecil alguém que seja ele quem for deverá ser Severamente punido por ter cometido este acto BRUTAL.

As opiniões devem ser expressas, não nos compete a nós fazermos o julgamento de quem quer que seja, compete-nos sim meditarmos sobre os porquês e em conjunto uns de uma forma mais profunda outros menos discutirmos os problemas e tentarmos de alguma forma alterar o curso à História para que estórias destas não se repitam...................