28.7.06

LENDO OUTROS


"De há uns dias para cá tenho pensado muito no Rany. Desde que começou a ofensiva militar no Líbano. Os pais dele (que não conheço mas que, segundo me disse o Rany, rezam por mim com frequência) vivem em Beirute. Assim como toda a família de Rany. Tentei ligar-lhe vezes sucessivas sem sucesso. Até hoje. Falei com ele e percebi que a guerra não é lá longe. Com uma profundíssima tristeza na voz contou que à volta da casa dos pais só existe morte e destruição. As notícias que lhe chegam (ele vive em Amsterdão) são escassas e o meu amigo treme sempre que o telefone toca por achar que vai receber a notícia que teme receber. Os pais do Rany estão em perigo. Assim como toda a família dele. Não há muito a fazer, diz ele. Quando lhe perguntei como estava a família, a resposta foi lacónica: "They are just trying to survive".

In, Da Inquietude

4 comentários:

Anónimo disse...

Boa merda de intimismo.

Prefiro Rémy Martin - fine champagne cognac.

Anónimo disse...

Prefiro que V. vá bardamerda.

Anónimo disse...

essas hormonas...

Anónimo disse...

Extraído de Miguel Vale de Almeida:



"Resumindo...

...o binarismo simplista na abordagem da guerra não ajuda a pensar, não esclarece e muito menos ajuda a agir. Um exemplo caricato da complexidade das coisas: uma vez pedi a uma pessoa, activa no espaço público e político dos "intelectuais engajados", que assinasse a petição pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo. Apanhei com uma recusa liminar, com argumentos supostamente libertários mas com o que me pareceu ter um aroma, digamos, "católico profundo" (mas, pronto, isso são manias minhas). A mesma pessoa envia-me agora um abaixo-assinado contra os ataques israelitas, escrito na linguagem binária a que me referi. Não assinei.".


P.S. Depois não volte a dizer o que escreveu há uns tempos atrás...


kevin