25.7.06

A FÁBULA

O verão "lava mais branco", como o "Omo". Para a política nacional, isso é bom. Está desaparecida entre a crise do Médio Oriente e um encontro de 45 minutos, no aeroporto da Portela, com Hugo Chavez, essa pérola castrista que tem petróleo para vender. O secretário de Estado da Administração Pública, pelo contrário, parece que continua, sem desfalecimentos, a "reformar" a dita administração pública. Em resposta ao PSD, o seu gabinete afirmou "não ter certezas" de que tenha existido um aumento "tout court" de funcionários públicos, como relatou uma direcção-geral na tutela do mesmo ministério a que pertence João Figueiredo. Que eu não tenha "certezas tout court" é uma coisa. Que um membro do governo assuma, preto no branco, que as não tem, é mais sério. Estimativas, previsões, cenários, diagnósticos, tudo isso é maravilhso, sobretudo se for exibido com bons métodos publicitários. Sucede que existe, fora deste brando contexto, uma realidade. De resto, é só escolher entre ela e a fábula. Eu posso escolher a fábula. O governo não.