23.9.03

TIRO DE PARTIDA

O Dr. Mário Soares, de Estrasburgo, disse que estava "radiante" pela circunstância de o Dr. António Vitorino não ter sido escolhido para secretário-geral da NATO. Esclareceu que o espera - ao Dr. Vitorino - "um destino e uma missão" muito importantes em Portugal. Não sei se, ao dizer isto, Soares já está a "arrumar" o "braço de ferro" e a sugerir outro rosto para liderar a inevitável alternativa ao Dr. Barroso. Uma coisa é certa. Vitorino está praticamente imaculado no partido e no País. Tem vindo progressivamente a esbater aquela imagem de irrequieto político que gosta de dizer umas graçolas, sem que, com isso, tenha perdido o sentido de humor, que é coisa bem diferente. A passagem europeia serenou-o e credibilizou-o. O Dr. Barroso ironicamente também põs a mão por baixo. Mais dia, menos dia, com a preciosa ajuda das televisões, vamos estar fartos dos mesmos, dos "sempre-em-pé" dos partidos que interessam. Ora para mandar, interessam o PSD e o PS. Desconheço o que passa pela cabeça de Vitorino, uma bela cabeça, aliás. Eu, que não concebo predestinados, aprecio preparados. Suspeito que, sem se mexer muito, Vitorino já começou involuntariamente a sua "maratona". Soares, o pai da Pátria, limitou-se a dar o tiro de partida.

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