3.9.03

AMIGOS

Li, numa notinha do Diário de Notícias, que o José Pacheco Pereira tinha escrito no Abrupto que o CDS/PP era uma entidade unipessoal, vergada (o termo é meu) ao Dr. Portas, confundindo-se os respectivos entes. O JPP é, no universo político (ou meta-político) nacional, das poucas pessoas que melhor conhece o líder do PP. Juntamente com ele e com Carlos Candal, disputou eleições em Aveiro, nos idos de 95. Por isso domina razoavelmente o "populismo" nada atípico de Portas, cuja propedêutica teve o seu melhor avatar justamente em Aveiro. Parece que o PSD se prepara para uma coligação formal nas eleições europeias de 2004, e que JPP já se dispôs a sair para não perturbar a estupenda mais-valia representada pelo partido de Portas. Quando Marcelo reinava efemeramente no PSD, achei que era boa ideia dar o braço ao CDS, já que Guterres ameaçava sorridentemente eternizar-se. O que se seguiu é conhecido. Nessa altura, Barroso não estava para se preocupar com o "pequeno partido" à sua direita, nem para andar com Portas "às cavalitas". Como escrevi ontem, na política, uma mão lava a outra, e o Dr. Portas está onde está, imaculado. À minha estima intelectual e política pelo JPP desagrada a sua eventual saída do PE por causa dos "amigos do CDS", na terminologia de Barroso. Ele é dos "nossos". O que sempre apreciei no PSD foi a sua vocação maioritária, "à Cavaco", como o JPP. Não me interessa para nada este tropismo de coligação, por causa de um homem ou de um punhado de "amigos". Oxalá não se revelem, para Barroso, "amigos da onça".

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