4.3.11

À RASCA COM UM ADORNO

«A geração que se diz à rasca não se esquece que é constituída por doutores e doutoras que pretendem que essas qualificações sejam espelhadas em salários. Note-se que Portugal adora doutores. Até os arrumadores de automóveis em vez de pedirem o dinheiro a que acham que têm direito optam por esbracejar repetindo “Ó dótóra! Ó dótóra!” como o mantra que aumentará em alguns euros a moeda que a “dótóra” lhe vai entregar. Mas o que é válido no parque de estacionamento não é válido no mercado de trabalho.(...) Esta autodenominada “geração à rasca” é na verdade uma geração lixada pelos garantismos de que a geração dos seus pais gozou. Mas não só. Agarra-se a um canudo como os condes e viscondes arruinados de outrora se agarravam aos títulos: querem que o tratamento que a sociedade lhes dá espelhe esse título. Mas em muitos casos o título que eles têm é pouco mais que um adorno. Preparam-se agora os ditos membros da geração à rasca não para exigir que os mais velhos mudem de vida mas sim que também eles possam manter esse tipo de vida. Quem vier depois que se amanhe. A prosseguirmos, dentro de alguns anos, assistiremos a protestos de gerações que se dirão bem pior do que à rasca.»

Helena Matos

11 comentários:

Anónimo disse...

HM, certeira. Acresce que, para ridicularizar ainda mais a coisa, nos devemos lembrar da "abertura de mentes" de que esta geração supostamente beneficiou: viagens, bolsas (falsas e de falso mérito), disciplinas e classificações vácuas, Erasmos e outras coisas em 'asmos': tanta abertura mental para agora reclamar um lugar na função pública, com direito a regalias imutáveis e eternas (única verdadeira ambição de uma existência jovem e sedenta de mudança). Será no entanto injusto meter todos no mesmo saco: outros houve que, em silência, não estiveram à espera que a bolsa acabasse ou que a situação estoirasse. Viraram-se, emigraram, criaram algo - sem queixumes.

Ass.: Besta Imunda

Lamas disse...

Esta é verídica
Há uns anos um aluno da Faculdade de Direito de Lisboa tentava arranjar lugar para estacionar.
Um colega alertou-o que o arrumador estava indicar um lugar.
Grita o arrumador:
“ Arrumador, não. Gestor de espaços urbanos”.
Responde o aluno:
Olha outro licenciado em Direito sem trabalho.
A ruinosa politica educativa, acabou com os chamdso cursos técnicos intermédio.
Temos arrumadores e caixas de supermercado doutores, mas nunca vi um Engenheiro a trabalhar como mecânico ou canalizador ou pedreiro.
Vêmo-nos (isso sim) à rasca para arranjar quem nos mude uma torneira, repare uma parede ou uma tomada eléctrica,porque à maioria dos doutores e engenheiros, lhes caiem os parentes na lama se executam tarefas que eles consideram menores.
Está tude errado.

Maria Tuga disse...

Nunca entendi porque ainda se continua com a mania das doutorices em Portugal.A coisa é tal que um Mestre (grau superior a licenciatura)parece que tem vergonha de o ser..Ainda se vai aos Bancos pedir para passar a colocar nos cheques o Dr. Que gentinha tão tuga....Uma medida bem simples...acabar com estas parvoíces, mas parece que o "ingenhero" quer os títulos e profissões no CC. Imagino o que não será nos hospitais o Dr. enfermeiro, o Dr.radiologista (técnico)...enfim coisas dignas de paises civilizados. Afinal os governantes não são assim tão diferentes dos governados...

Anónimo disse...

Acho que esta é uma imagem muito parcial e mesmo pouco séria. Há gente qualificada que "agarra tudo" em termos de trabalho. Não é justa esta imagem de "meninos bem" extensível a toda uma geração. Ultimamente tem sido uma moda "cascar" na malta nova. Não concordo.

Mani Pulite disse...

DEPOIS DA GERAÇÃO À RASCA VIRÁ A GERAÇÃO FALIDA E A SEGUIR A GERAÇÃO DOS CONTENTORES DO LIXO.ENTRETANTO, NO LIXO JÁ ESTÃO 4! GRANDES EMPRESAS PÚBLICAS PORTUGUESAS QUE FICAM LÁ À ESPERA QUE O ESTADO DENTRO EM BREVE LHES FAÇA COMPANHIA.ENTE ELAS A FAMOSA PARPÚBLICA ESPECIALISTA NAS OPERAÇÕES "O ESTADO COMPRA AO PRÓPRIO ESTADO PARA ALDRABAR AS CONTAS PÚBLICAS".

Anónimo disse...

Oh sua grande besta que é a besta: Bolsas são uma coisa, Viagens são outra e Erasmus outra ainda. Bolsas são para alunos carenciados, e qualquer organismo as pode conceder.O Estado ao privado. Viagens não existem.Não temos conhecimento de que haja viagens assim à balda. Erasmus é um semestre em quqlquer faculdade da europa do mesmo curso em protocolo e é preciso ter nota.Não são facilidades nem é para todos.
Já percebemos que ficaste por cá,e que isso te roi, grnde besta...

Anónimo disse...

@ besta imunda: não são coisas em "asmos". è mesmo em asno, ou asnos sua récua de bestas da qual faz parte.

a.marques disse...

QUE SEDE QUE EU TENHO

Sou da geração do velho tostão
Calças rotas na mão
Que sede que eu tinha

Sou da geração das magras vacas
Bacalhau ás lascas meia sardinha
Que sede que eu tinha

Sou da geração de sebo no pão
Ferrar o calo na mão
Que sede que eu tinha

Sou da geração que paga a dobrar
Cá os anda a aturar
Que sede que eu tenho

Sou da geração que sacode o ranho
Que lhes serve p´ró banho
Que grande sede que eu tenho

S.C. disse...

A senhora fala de poleiro e sem conhecimento do terreno. Ficava-lhe bem informar-se melhor e não fazer demagogia barata. Um boacinho de humildade intelectual permitir-lhe-ia analisar as questões com mais rigor e sem preconceitos, mas isso é coisa que HM tem dado bastas provas de não ter. Hélas!

Anónimo disse...

O profundo conhecimento destas coisas 'asmus' e da atribuição de bolsas (elas só são possíveis com a contribuição dos bolsos de alguém) por parte de tão numerosos leitores, devia fazer o País temer o pior. Por outro lado, e para informação (inútil, aliás...) dos que assim desejarem, não tive que "ficar por cá" (!); já era profissional antes do 'orgasmus', e todo o meu turismo internacional foi obtido às minhas próprias custas. Mas digam lá se não vos agradava uma posiçãozita, um empregozito agora na mui estafada função pública, ou mesmo em algum institutozito, observatório ou antro-de-sociólogos? a calhar!!!...

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Querida besta, aproveita as novas oportunidades e vai acabar o 12º ano.
E ja percebemos que afinal ficás-te mesmo por cá, já eras profissional, certamente de desemprego.