Um amigo estipulou que eu o transformava numa pessoa pior. Disse: «não consigo manter contigo nada que me acalme... só consigo tornar mais visível a minha angústia e sinto que não posso deixar-me chegar a uma descrença total.» E rematou sem qualquer espécie de metafísica: «tu facilitas-me isso.» No fundo, o que ele quer é "facilidades" mesmo as mais difíceis como manter relações, amizades ou trabalhos. Como todo o bom optimista, imagina que sorrisos, palmadinhas nas costas, costas com costas, barrigas com barrigas ou alegrias que se fingem em bares resolvem. Não resolvem e são noites e dias cheios disso a falar por mim. O meu psiquiatra chamava a esse lixo pseudo-afectivo "estrelinhas". É por isso que deixei de ir a Miraflores. E que o meu amigo seguiu atrás das suas "facilidades", qual pensativo cigarro, sem saber que um dia destes estaremos todos mortos.
4 comentários:
Essas metáforas resolvem-se com a toma de Zoloft...
«palavras loucas,
orelhas moucas»
«até ao meu regresso»
escolha vocabulário vernáculo apropriado
Pois.
As últimas 6 palavras é que nos definem e dizem ao que viemos!
Como costumo dizer, que ando eu aqui a fazer? E para que me chateio com a estupidez humana? Quem é que se vai lembrar de mim daqui por 500 anos?
Alguém se lembra do "Zequinha" que morava lá para os lados da Beira Alta, no sopé da serra do Açor, em 1472?
Alguém se incomoda com isso?
Deixem-se de metafísicas ... Andamos aqui a "encher pneus".
Não se enervem, que nada vale a pena. Afinal, nem alma devemos ter. Para confirmar o Pessoa ...
Boa noite
Talvez não tivesse entendido bem o seu psiquiatra...Não é necessário ler A. Damásio para entender que o João deixa por vezes a emoção turvar a razão. Abraço
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