13.3.09

ANIMAR A MALTA

Ontem à noite, numa nova "quadratura" na televisão, três funcionários públicos - altos funcionários, a saber, o presidente do Instituto Nacional de Administração e dois investigadores do Instituto de Ciências Sociais - passaram parte do "debate" a zurzir metodicamente na função pública. De facto, não consta que nenhum deles trabalhe, por exemplo, para a "corticeira Amorim" ou seja delegado de propaganda médica. De acordo com as criaturas, o governo foi parco na sua azáfama apoucadora da função pública. Era preciso "varrer" mais funcionários - o presidente do INA que, por acaso, foi ministro da saúde, mostrou-se "orgulhoso" na redução de não sei quantos mil sem especificar como é que eles foram "reduzidos" - pois só assim o famoso ímpeto "reformista" poderia ter sido prosseguido sem hesitações. O investigador "senior" - que em alguns dos seus livros costuma agradecer ao ICS por o ter deixado "trabalhar em paz" - foi particularmente contundente talvez por ignorar que muitos funcionários públicos, tão licenciados ou "mestrados" como eles, não possuem o privilégio da "compatibilidade" do exercício da função pública com biscates privados independentemente do preço desses biscates. A função pública é um imenso saco onde se podem treinar os amadores do boxe tagarela. Lamento que, pelo menos dois deles, o façam com tanta displicência a puxar ao "engraçadinho" tão em voga e tão banal. O que é preciso é mesmo animar a malta à custa de alguém, não é verdade? Até o PR serve.

7 comentários:

Anónimo disse...

Há já muito tempo tenho reparado que um grupo priveligiado de funcionários públicos - professores universitários, directores disto e daquilo e alguns prelados deste regimen falido e corrupto - passeiam-se pela televisão a emitir opiniões sobre os funcionários e até recomendam o corte drástico de salários e de privilégios.

Acontece que esta gentinha - que sempre viveu à custa dos contribuintes e são uns eternos cataventos das organizações partidárias - nunca quiseram nem querem subtrair ao seu modo de vida as regalias e as mordomias que a manjedoura pública lhes outorga e concede.

Até há altos funcionários do Estado que dão várias "perninhas" na administração privada em regimen de part-time na mais vergonhosa prosmicuidade.

Virtudes públicas, vícios privados.

A maior parte destes gurus do socretenismo pedem sacríficios à população em geral, enquanto eles vivem regaladamente nas faldas do poder e no são "convívio" com as grandes corporações monopolistas e grupos financeiros onde são drenados a maior parte da riqueza nacional, por via da extorsão fiscal vigente.

Mas estes abencerragens do regime já são velhos conhecidos doutros "campeonatos".Quando virem que o vento da mudança (inevitável)soprará doutro lado, esta fauna camaleónica readaptar-se-á à nova situação.

São uns biltres, incompetentes e parasitas de alto coturno.

E já que são tão bons a dar receita aos funcionários e à sociedade em geral, porque é que esta nomenklatura não cria as suas empresas, arrisque o seu capital e crie emprego?

Ou querem continuar com uma perna na mama pública para assegurarem uma reforma dourada, muitas vezes sem terem dado nada em troco à sociedade que lhes paga principescamente?

Nuno Castelo-Branco disse...

Como se isto fosse novidade em Portugal. Se estes gajos abrissem um manual da nossa história, veriam que o peso do Estado é directamente proporcional à fraqueza da nossa iniciativa privada que com ele sempre conta. De regime em regime...

Anónimo disse...

Muito bem fisgado. Haja quem repare nessas 'coincidências'!!!

O que estes senhores deviam, isso sim, era usar o distanciamento do seu 'estatuto' para apontar livremente o dedo aos pés de barro da reforma da AP.
E são tantos...

- Será que ignoram, ou também eles parecem querer esconder o óbvio, porque dá muito trabalho e obriga a folhear o fastidioso Diário da República? Porque se o fizessem, ou se fossem mesmo funcionários públicos, ficariam a saber muitas coisas interessantes que passam escondidas ao olhar dos cidadãos:
- como, p.ex, que a maioria dos casos de reestruturação dos serviços (que sacrifica pessoas no auge da vida activa) aumentou quase para o dobro o número de gestores públicos, leia-se, o número de "boys" ou de concessões a interesses partidários constituídos.
Claro que os ordenados são baixos, não é?... E quanto esses 'seres' são experimentados na gestão da 'coisa pública' que lhes entregam...

Outro lado interessante da reforma:
- a proibição dos organismos de Estado outorgarem directamente contratos individuais de trabalho.
Por razões de racionalidade? Não, visto que continuam a contratar ( efectivamente precisam!). Só que agora são obrigados por lei a recorrer a empresas de trabalho temporário, que depois de cobrar o serviço ao estado colocam lá as mesmíssimas pessoas que já antes colaboravam nos organismos, só que então por muitos menos dinheiro do que agora (não havia que pagar ao intermediário...).
- Isto não é sujeira descarada?
- Não é puro compadrio com interesses particulares que em nada promovem a real iniciativa privada e o tecido empresarial?

E muitos outros exemplos haveria!
Uma vergonha.

Anónimo disse...

Seria interessante que o senhor Prof. Dr. Correia de Campos explicitasse o que foi bem e mal feito em matéria de função pública.
O que ele fez na primeira vez que passou pelo governo sabe-se: por exemplo, eliminou a secretaria geral do ministério, correu com o pessoal, tendo à cabeça uma senhora de quem não gostava, criou um serviço que não servia para nada - Departamento de Recursos e Modernização da Saúde, assim se chamava o aborto - e voltou a criar a secretaria geral na segunda passagem pelo governo. É preciso desmascarar estas luminárias, e encostá-las à parede da verdade. Se o povo soubesse a metade do que, de facto, se passa...

joshua disse...

Como são lamentáveis esses meus desempregadores impiedosos, além de estúpidos! Mal possa, vou empalá-los com a minha Palavra.

joshua disse...

A verdade deve ser gritada dos Telhados.

Anónimo disse...

o punho na ferida ... mas quem não tem acesso (ou conhecimento) à dita emissão fica na dúvida. De que paradoxais (e nada-sociológicos) se está a falar?