5.9.08

EMBUSTES

Com inexplicável candura, Mário Crespo pergunta a um colega angolano quem é que ele achava que era responsável pelo caos (sic) em que, aparentemente, acabou o acto "eleitoral" em Angola. O jornalista explicou delicadamente ao seu colega português que, a haver alguma responsabilidade, ela pertence a quem organizou as "eleições". Ou seja, o governo angolano, o MPLA, Eduardo dos Santos e não necessariamente por esta ordem. E também explicou que, com as suas declarações sobre "eleições livres", os senhores presidente Cavaco e primeiro-ministro Sócrates "avalizaram" o acto. Não nos basta os embustes domésticos. Também, pelos vistos, apreciamos alinhar pelos embustes dos outros.

4 comentários:

Anónimo disse...

os 3 "mosquiteiros": 2 esquerdinos vs ambidestro. "pitrol" e corrupção a quanto obrigas.há mais corruptos "aqui e agora" na favela lisboa e no muceque suburbano.
na sic apareceu um ramalho que "devia ter ido para o trabalho". debita sempre o mesmo.
"embosteiro" é o zé chaves? prefiro intrujão.


radical livre

Anónimo disse...

Alinhar pelos embustes dos lideres africanos é a norma no jornalismo português mas não só...
Veja-se esta reportagem da cadeia norte americana de televisão CBS, feita em 1994 , na altura das eleições que conduziram ao governo de maioria negra na Africa do Sul. Nela o famoso jornalista Dan Rather explica que os brancos da Africa do Sul não têm motivos para preocupações excessivas, relativamente ao seu futuro na Africa do Sul. E a prova disso, segundo o celebre jornalista, estaria ali mesmo ao lado, onde a antiga Rodesia branca teria dado lugar a um bem sucedido Zimbabwe multietnico, sob a liderança de Robert Mugabe.
http://www.videopile.com/video/aPsJpmWblE0Y
Nada de novo portanto nestas reportagens viciadas da comunicação social portuguesa. Limitam-se a coiar o que vêm fazer no estrangeiro.

Anónimo disse...

Ora, meus caros, e se desligassem o complicador ?! A única regra universalmente aceite para que se diga que é democracia, é a regra da maioria. Não está escrito em sítio nenhum como é que a maioria se fabrica. Pode ser de braço no ar ou voto secreto, conforme o gosto do freguês. Pode ter cadernos eleitorais, mas se não tiver também não vem grande mal ao mundo. Pode ter assembleias de voto, o que não quer dizer que se estas não abrirem o mundo vá acabar. Podem só votar os vivos ou incluir os mortos (não estou a falar da ditosa Pátria onde óbviamente isso nunca aconteceu. Cala-te boca, cruzes). O voto pode ser livre, mas isso, temos de reconhecer, não é obrigatório. O voto forçado, também é voto. Seja como fôr, mesmo que se cumpra todos os preceitos, mesmo que se faça tudo e mais alguma coisa para que a coisa saia limpa e escorreita, ninguém vai negar que depois de eleitos, os ditos cujos, podem dar o dito por não dito, fazerem o exacto contrário do prometido, que a voto a partir da entrada na urna perde, por assim dizer, o vínculo ás duas partes, passa a servir apenas de legitimidade á parte eleita. A outra, a parte eleitora que se lixe, vá á puta que a pariu, e meta a viola no saco que o poder ainda não caíu na rua, e vivemos num estado de direito, e etc e tal. Portanto não me venham com coisas, que as eleições foram, no essencial, tão limpas e escorreitas como costumam ser em todas as latitudes: manda quem pode e o tacho é de quem tem mais lábia ou guita, ou moving-power para dar uma de tecnocrata, para o abichar. E o resto, como se dizia, já para os fins do Império, são fados

João Gante disse...

Não "avalizar" era reconhecer nas eleições de Angola os mesmos tiques que aqui reinam, especialmente o pico de adrenalina de que os governos e autarquias são acometidos, com a proximidade de eleições: inaugurações, medidas "sociais"...Alguém vê outra explicação para que tenham sido recusados todos os contratos para concessões de auto-estradas que previssem o início do pagamento do estado à concessionária antes de 2009?