1.8.06

DA LEITURA


É também pelo Eduardo que fico a conhecer o nome das eminências "literárias" que mereceram a escolha da "comissão para o Plano Nacional de Leitura" - uma falácia apascentada pelos ministérios da Educação e da Cultura - como autores "seleccionados e recomendados para o 6º ano". Se excluirmos Sophia e, com alguma benevolência "pedagógica", Maria Alberta Menéres, Redol, Torrado e as versões "infantis" de Sousa Tavares e de Frederico Lourenço para os "clássicos" (tipo "explicados às criancinhas"), o resto não existe ou nem sequer é digno de ser chamado de "literatura". Até a "presidente" da comissão", a eterna Isabel Alçada, foi "seleccionada", pelos vistos, pela própria e por um bando de costumados "especialistas" (nunca se sabe quem são), de "psicólogos" (por causa dos famosos "traumas" criancistas), de "professores" e de "bibliotecários". Quando entrei no liceu, em 1973, lembro-me de ter lido José Mauro de Vasconcelos e poemas do Alexandre O' Neill. Não fiquei minimamente traumatizado por, em pleno "fascismo", não ter sido tratado como criança semi-parva, mas antes como um pré-adulto. Esta obsessão pela infantilização do processo de leitura e a mediocridade da "seleccção" feita pela comissão da dra. Alçada, evidenciam o estado a que chegou a "cultura" do "homem médio", trinta e tal anos depois de "Abril". O estalinismo escondido por trás de qualquer "plano" deste género, não augura nada de bom para os já péssimos índices de literacia nacional. Para quem manda, quanto menos se pensar melhor. E quanto mais cedo se começar a deixar de pensar, melhor ainda. We are the world, we are the children.

13 comentários:

Anónimo disse...

As suas tiradas de cidadão obscuro, hipocondríaco e misógino, têm o valor que, normalmente, se dá, às conversas de porteira, em vão de escada, com o significado desprezível, que isso implica: dizer mal das patroas e dos condóminos, a quem fazem os fretes, mas de quem dependem....

Anónimo disse...

Anónimo, vá ler um "auto para Jerusalém" do Cesariny que isso passa-lhe.

Anónimo disse...

De facto, mandava o decoro e o bom senso que a Dra. Alçada não surgisse nesta lista.

Claro que a explicação que obviamente vai ser apresentada é que é uma das "escritoras" portuguesas mais lidas pelos adolescentes e que, por isso, não havia razão nenhuma para a excluir.

Para mim, repito, o decoro e o bom senso bastariam antes de entrarmos na qualidade literária dos textos ....

(e nem vou falar da Inês Pedrosa.)

Rui Mendes

Anónimo disse...

Esta Alçada tem alguma coisa a ver com aquele Alçada que considerava o Hino Nacional traumatizante por se marchar contra os canhões?

Anónimo disse...

Mal comparado ... mas, neste período de férias, uma «parte dos comentários» até parecem estar como o País – em Saldos ... porque actualmente os “Saldos” são produtos de «franca má qualidade»
Não nos leva a lado nenhum ...
Há tempos “atrás” até achava que os BLOGUES “tinham sido uma ideia brilhante”.
Actualmente e, depois de algum tempo a acompanhar a Blogosfera e, este em especial acho que podem vir a ser “pior que antidepressivos” ...
Mais, para quem os lê ...
Para os autores servem de “ansiolítico” ...

De qualquer forma sempre é melhor descarregarem “aqui” do que por esse mundo fora e, “atingirem e/ou magoarem” algo ou alguem “inocente ...

Anónimo disse...

Subscrevo integralmente este Post
"EXCELENTE"

Anónimo disse...

Bem digo eu que já não o percebo; agora volta a estar lúcido. Esperemos que tenha sido um acaso aquele post anterior.
Conheço quem naquela idade tenha lido o Pricepezinho, no 9º já lia Camilo, 10º ano o Crime e Castigo e a República.
Infelizmente, ainda antes de terminar o curso superior abandonou o país.
A Sr. Alçada, está sim (ó incompreendida!)a lutar contra a fuga de cérebros!

Anónimo disse...

Mais um arroto seu, amigo e camarada comunista (ou já se esqueceu da sua juventude?)

Anónimo disse...

quem sabe fazer contas, facilmente verificará que o actual sexto ano do básico só pode corresponder ao antigo segundo ano dos liceus oudas técnicas.

Anónimo disse...

E que livros/autores sugeriria o João Gonçalves?

E os comentadores?

E esta pergunta é a sério, tenho mesmo interesse em saber.

rosa mendes

sabine disse...

Cara Rosa Mendes: finalmente alguem faz uma reflexao de jeito nestes comentarios. Quem os senhores escolheriam?

Anónimo disse...

Rui Mendes:

O Sr. é decorador?

É que, insiste, tanto...tanto...nos apectos decorativos e sensuais que isto ainda podia virar numa parceria...





designer

Anónimo disse...

Sophia encontra-se ali muito bem, Redol também, Tavares e Lourenço também - acho que por estas escolhas não poderá ser medida a cretinice do PNL, mas e que tal acrescentar: alguma coisa bem seleccionada do Sr. Eça (claro que nunca Os Maias)e mais qualquer coisa bem seleccionada do Sr. Camilo, algumas boas traduções, que nunca fizeram mal a ninguém para começar a gostar e a saber ler, como Melville, Wilde, Verne. Colocar o Sr. Valéry, do Gonçalo M. Tavares, que é para todo o lado chamado, e acaba por ficar com o rabo de fora numa cerimónia destas.
Olha, agora que me lembro, o Pobby e Digan (livro mediano) - os putos acabam por o ler!! O Sr. London bem traduzido e seleccionado.

Senão e para putos precoces Sade, Masoch, Maquiavel e Margarida Rebelo Pinto.