A decisão ainda não consumada de dissolver o Parlamento está a dar a Santana Lopes uma excelente oportunidade para fazer a sua pré-campanha eleitoral, confundindo o cargo de primeiro-ministro com o de candidato a primeiro-ministro e líder partidário. Ontem chegou mesmo a dizer que tencionava manter-se na "plenitude das suas funções" até à posse do novo governo que ele espera seja dele! Será que o ex-professor de direito constitucional que ele brevemente foi, não sabe o que é um "governo de gestão"? Por tudo isto, quando chegar finalmente o momento de Sampaio revelar a sua "motivação", já Santana teve tempo mais do que suficiente para amortecer os primeiros efeitos desfavoráveis e para "desancar" elegantemente o Presidente que, diga-se de passagem, se pôs a jeito. Os comunicados estéreis de Belém, escudados num inútil linguarejar jurídico, não servem politicamente para nada. Pois é, dr. Sampaio, não se ponha a pau e depois queixe-se.
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