12.7.03

PEDRO SANTANA LOPES II

Esta semana, Santana Lopes deu duplo ar da sua graça. No dia ou por ali, em que os taxistas ameaçavam Lisboa e o Governo de cerco por causa do PEC (pagamento especial por conta), ele falou-lhes, acalmou-os, compreendeu-os e até lhes prometeu um equipamento qualquer para os automóveis. Em suma, fez "tábua rasa" do Ministério das Finanças para ser "popular", ainda que junto de uma minoria meio exaltada e sem razão. Ele sabe que é somando as minorias que se vai "lá", naturalmente. Depois, recebeu Lula da Silva nos Paços do Concelho e também lhe disse como o compreendia, a si e ao seu combate de sempre ao lado dos que "têm fome" e dos "descamisados", coisa para a qual as "ideologias" não são chamadas para nada (esta era uma proto-farpa dirigida a Mota Amaral que, no Parlamento, tinha puxado delicadamente dos seus pergaminhos ideológicos contra Lula). Santana Lopes, a benefício do seu próprio inventário, quer colocar-se na estratosfera política isto é, acima das terrenas e vis disputas entre homens banais e "políticos", entre "esquerdas e direitas", para que a populaça, a indemne e a espertalhaça, ali se reveja e diga, "temos homem".

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