5.7.03

O PS

José Lello, mais conhecido por colar tí­tulos de livros a pessoas por alturas do Natal, com a cumplicidade do "Expresso", deu ontem um ar da sua graça numa entrevista a "O Independente". Lello foi responsável, na era Guterres, por coisas tão distintas como o Desporto e as Comunidades Portuguesas. Também foi de excursão a Sevilha e recentemente andou para aí­, junto com Sampaio e José Cesário, o novel das Comunidades no actual Governo, envolvido em "jogos florais" por causa de uma venera que terá sido atribuida e que depois já não tinha sido atribuida, a um ex-pide que agora é bonzinho e vive honradamente do seu labor algures em África. Na mencionada entrevista, Lello diz três coisas fundamentais. Primeiro: que o PS, estando bem entregue a Ferro Rodrigues, não vai a lado nenhum com ele à  frente. Segundo: que, sendo Ferro um excelente secrtário-geral que simultaneamente não leva o partido a lado nenhum, tem à  sua volta uns quantos lugares-tenentes sem biografia que mais o ajudam a não levar o PS a lado nenhum. Terceiro: que- e esta é a observação mais pertinente - o encosto "à esquerda" de Ferro e dos seus acólitos, e a reacção ao "pesadelo " Casa Pia, afastam o PS de se assumir responsavelmente como oposição, área onde ainda não encontrou o registo certo. Por estas e por outras, Ferro faz-me lembrar Balsemão nos primórdios dos anos oitenta: não está em causa a sua liderança, mas com amigos destes não vai longe, não há alternativa, mas ela insinua-se, e, tudo somado, é uma excelente pessoa.

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