À CONTA
Anuncia-se para amanhã um "circo" em Lisboa, armado por taxistas. Estes senhores recusam-se a efectuar o chamado pagamento especial por conta do IRC devido, uma espécie de adiantamento, correspondente à retenção na fonte de quem trabalha por conta de terceiro. Há por aí muito boa gente que se acha fiscalmente imaterial e improvável. Não declaram nem pagam os impostos que deviam pagar. A forma como os cidadãos se comportam perante os impostos, diz muito acerca da qualidade da vida cívica e democrática de uma comunidade. A quantidade de contribuintes - empresas ou pessoas singulares - que apresenta sistematicamente "prejuízos fiscais" nas suas declarações- quando declara - é imensa. Tem razão o Governo quando cerca, denuncia e combate este ultrage público da evasão fiscal. Não pode haver, nesta matéria, quem pague pelos outros, os tais que andam "à conta". Nem que seja de táxi.
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