2.9.08

O CASO PEDROSO - 2

O dr. Paulo Pedroso foi alvo de um dos maiores assassinatos de carácter de que há memória. Foi exibido ao país como uma "presa" fácil num safari exótico. Sofreu, de imediato, a "presunção" de culpado numa absurda inversão dos princípios que aprendemos nas universidades de direito. Esse lance infeliz da administração da justiça custou-lhe quatro meses e meio de cadeia e um "julgamento" alarve na praça pública. Nem o seu próprio partido escapou à mesquinhez da segregação. Pedroso procurou a mesma justiça para minorar os efeitos de uma prisão preventiva absolutamente escandalosa. A justiça deu-lhe, aqui, razão e o Estado foi condenado numa indemnização. Parece que o mesmo Estado, através do Ministério Público, vai recorrer. É, também, um direito seu. Convinha - até porque o dinheiro para as "preventivas" e para as indemnizações é produto do contribuinte - que a justiça seja mais prudente, mais eficaz e, sobretudo, menos espectacular e tagarela. E que, ao abrigo da nova legislação sobre responsabilidade civil do Estado, sejam tiradas as devidas ilações de uma situação na qual o referido contribuinte não teve culpa alguma.

9 comentários:

Anónimo disse...

sff passem por lá
www.geometria-variavel.blogspot.com

Anónimo disse...

O dr. Paulo Pedroso, que não chegou a ser julgado por decisão judicial, fora antecipadamente condenado pela comunicação social e, através desta, pela opinião pública, num dos processos mais infamantes de toda a história (antigamente não havia rádio e televisão) da imprensa portuguesa. Os comentários e as imagens que perpassaram nos jornais e na TV não foram uma prova de liberdade de expressão mas antes a expressão de uma liberdade libertina, servindo certamente interesses que se espera, e deseja, venham um dia a lume.

Os jornalistas, e foram muitos para não dizer todos ou quase, que se prestaram a participar nesse espectáculo circense, que a velha Roma certamente aplaudiria, devem reconhecer hoje, com a distância do tempo, o ridículo e a indignidade das suas actuações.

A comunicação social, cuja utilidade pública é indiscutível, terá de se pautar por regras deontológicas rigorosas e não cair na exploração do "pequeno escândalo" que talvez venda no curto prazo, mas que acarreta para o país, a termo, consequências irreparáveis, quer a nível individual (pelo prejuízo dos visados), quer a nível geral (pela deterioração progressiva do tecido social).

O verdadeiro alarme social, tão propalado aquando do "caso" Paulo Pedroso e de outras pessoas igualmente preventivamente detidas ou não e posteriormente ilibadas ou ainda em julgamento, nunca se verificou, como agora facilmente se reconhece. O alarme social existe sim, hoje, com a violência generalizada de homicídios, agressões, roubos, que está a geral um sentimento de intranquilidade nacional.

Espera-se, por isso, que a comunicação social passe a saber distinguir, primeiro, a verdade da mentira, e depois, a gradação das violências, sendo suposto que o homicídio (o acto que elimina a própria vida humana) seja a violência por excelência no quadro jurídico estabelecido.

Anónimo disse...

para mim os assassinados foram as desprezadas vitimas

radical livre

Luis Baptista disse...

Tbem só é ressarcido porque tem um dos tais advogados, pois tbem não foi provada inocência, mas apenas um conjunto de floreados que parece que vão desaguar no actual processo, mas é Portugal no seu melhor...tantos desgraçados que estiveram presos muito mais tempo e com maiores razões eo que receberam, nada, isso sim é injusto, agora este não precisa disso.

lb disse...

Os dois comentários anteriores (de 11:36PM e de 10:24AM) mostram a triste verdade de que um assassinato de carácter é mesmo um assassinato, ou seja, irreversível.
Há demasiados estúpidos que são incapazes de compreender a presunção da inocência.

Luís Bonifácio disse...

Apenas tenho uma dúvida

E se fosse um de nós?
A Justiça cível decidiria a nosso favor e em tão curto espaço de tempo?

Não é a questão de ser Paulo Pedroso, mas sim a Questão de ter sido alguém com recursos a que 99% dos Portugueses não tem acesso.

Quintanilha disse...

O Juiz "cow-boy" deveria ser responsabilizado!

Luis Baptista disse...

Responder a Lutz, não se trata de estupidez, mas sim da realidade deste belo pais onde vive, quem pode pode e quem não pode, não pode, a justiça é só para os que podem e este senhor, dele ainda não vi nada de bom e para mim continua a ser suspeito e isso qualquer com um minimo de q.i, che ga a essa conclusão!

de.puta.madre disse...

"O dr. Paulo Pedroso foi alvo de um dos maiores assassinatos de carácter de que há memória."

Com que adjectivos qualificará a memória de todos aqueles cuja sobrevivência dependia de ficarem abrigados numa Casa cuja responsabilidade estava sob Tutela do Ministro Paulo Pedroso. Sim. Ele foi às Festas da Casa-Pia, pelo menos sabia que existiam crianças naquela casa e não anõezinhos ...
Brincamos?
Pois. Esquecia-me que isto de ser ministro é uma coisa para se receber elogios ... e para enfeitar ... e para não ser responsabilizado!