18.9.08

A FORÇA DO PC


«Jerónimo de Sousa reduziu o debate ideológico aos problemas concretos dos portugueses. Daí à famosa "afectividade" que supostamente o distingue foi um passo que se acelerou com a eleição do eng.º Sócrates e com o "socialismo de mercado" que actualmente nos governa. Pode-se dizer que a necessidade de controlar o défice, o arranque de algumas reformas e o progressivo esvaziamento dos direitos adquiridos é um terreno fértil ao florescimento do PCP e à demagogia de grande parte das suas propostas. Como se pode dizer que o projecto apresentado pelos comunistas não tem viabilidade, nem representa qualquer tipo de alternativa. Mas não se pode ignorar que grande parte da força que o PCP tem, neste momento, ultrapassa um modelo de desenvolvimento que nem sequer existe e se prende com a hipocrisia de um sistema cada vez mais desigual que privilegia os fortes e prejudica os fracos. A sobranceria do Governo e de grande parte da comunicação social em relação às questões sociais revela um arrivismo insuportável e uma total incompreensão da realidade humana e dos problemas dos mais desfavorecidos. Entre o autismo de uns e os êxtases liberais de outros, o triste quotidiano de grande parte dos portugueses fica necessariamente de fora, entregue à afectividade (se é isso que lhe querem chamar) de qualquer Jerónimo de Sousa.»

Constança Cunha e Sá, Público

7 comentários:

Anónimo disse...

Boa análise da CCS!
Não será uma doutrina ou um grande desígnio de sociedade que leva hoje, a pessoa comum, a manifestar simpatia pelo PCP. Serão coisas simples, de um quotidiano amachucado por toda a espécie de arrivistas, que estão na base dessa “afectividade”.
Ainda hoje causa pasmo aí pela Europa fora, como é que esta “esquerda antiga e datada”, se mantém com tantas intenções de voto!
Será do deserto?

lusitânea disse...

Este internacionalista proletário na reforma, tal como os seus antecessores no PCP estão sempre , sempre ao lado dos trabalhadores(operários, camponeses), pequenos lavradores, comerciantes e industriais.O que é quase tudo.
Mas controlando os sindicatos dirigem as "lutas" de forma inócua, como se viu no caso dos professores em que a FENPROF depois de negociações de bastidores já tinha "encerrado" a luta quando os "independentes" se revoltaram e aí obrigaram a nova mobilização e em grande para a "controlar" novamente.Portanto o PCP é uma válvula de segurança do sistema mas não contra ele.Quase nunca obtém o que pede...
Mas a "válvula" anda ainda estragada por em nome do internacionalismo defenderem ao mesmo tempo os "trabalhadores de fora", os imigrantes, a sua legalização e nacionalização.Com as consequências que se conhecem.Dezenas e dezenas de milhar com casa social, a RSI ou subsídio de desemprego e a servir de travão a salários compatíveis com a sobrevivência dos trabalhadores indígenas.Ao não defenderem "muros nas fronteiras"é óbvio que como em todo o resto no país o nivelamento se faz por baixo.O capitalista que pode pagar 500 não tem que pagar 700... mas os poucos contribuintes existentes pagam o resto em complementos sociais dos 500...
Portanto o PCP , como aliás o BE "dizem defender" mas defendem-se é a si próprios, borrifando-se em quem vota neles, se estrangeiros nacionalizados ás centenas de milhar ou uns indígenas bacocos armados em samaritanos e salvadores do mundo com base na distribuição com outros daquilo que poderia ser só para eles...
Xenofobia?Não... só racionalidade.Mostrem os dados da estarngeirada nacioanlizada e legalizada e digam-nos quanto é que custam e o que estão a fazer...
Ainda por cima sem controlo nenhum de quem anda por aí e que ainda há pouc tempo era "chic" mostrar a polícia a levar meninos á praia, o SEF em campanhas de legalização com delegaçõe sespecíficas em bairros ditos difíceis, etc...coisa que devem estar claríssimas nas missões daquelas organizações...
A leis do António Costa feita pelas associações de imigrantes á medida das necessidades dos respectivos países aí está a dar os seus frutos... mas aí de quem associe imigração descontrolada com criminalidade... xenófobo e racista!
Agora que detenção de ilegais, mesmo que sejam apanhados a cometer crimes e expulsões não existem!Mas existe sim é o 2º melhor acolhimento da Europa para a pior economia... e em que se pode ser português ao fim de 6 anos dos quais 3 podem ser passados numa prisão ou se não souber português fazer um exame oral ainda por cima com um bom humanista a fazer as perguntas...
Os sociólogos em pós doutoramento devem andar agora a fazer o estudo da fraseologia e explicação científica para esta traição feita em grande escala a uma nação que não precisava destes gajos apra nada para ter uma melhor vida...

Anónimo disse...

Já lá vão muitos anos quando vi pela primeira vez o
nome de Álvaro Cunhal. Constava da frase escrita na parede de suporte da encosta da Serra do Pilar, à Av. da República, em Vila Nova de Gaia: Libertemos Álvaro Cunhal.
Por ela fiquei a saber que havia um Cunhal que estava preso. Não sabia quem era. Só muito mais tarde vim a saber que espécie de pássaro era ele e qual era a sua gaiola preferida.
Comecei, por esses tempos, a ouvir falar do comunismo. Diziam-me que essa ideologia defendia que todos os homens são iguais, simplesmente, o que me deixou perplexo. Com estas e outras tiradas enganavam os incautos.
Éramos quatro irmãos e nem física, nem intelectualmente, algum dia fomos iguais.
Com o rolar do tempo fui-me apercebendo do que era o comunismo, a que hoje,porque não ignoro as atrocidades que cometeu que levaram à morte de mais de 100 milhões de inocentes, designo como merda do socialismo, e fiquei a saber quem era Álvaro Cunhal, um pobre diabo que só badalava democracia mas que defendia e apoiava um regime ditatorial nojento.
Os sucessores de Cunhal continuam com a boca cheia de democracia, mas, no seu íntimo, persistem no sonho da ditadura do
proletariado. Não desejam outra coisa. Só se inflamam contra as ditaduras que não lhes convêm.
Não é que muitas das suas críticas não tenham pleno fundamento, mas não são os seus métodos que resolverão os problemas suscitados pelo antogonismo que se estabeleceu entre ricos e pobres, entre patrões, incluindo o Estado patrão, e empregados.
Diz-se para aí que é necessário que haja menos Estado;que acabe a exploração desenfreada exercida por muitos patrões que pensam que só eles têm estômago e que só eles têm direito a viver uma vida plena
Pois bem. Para se conseguir tal situação é necessário que o Estado se imiscua menos na actividade dos cidadãos e que todos os trabalhadores passem a participar na distribuição do lucro puro das empresas onde exercem a sua actividade profissional.
Façam isso e verão que nem centrais sindicais serão precisas.

Anónimo disse...

Ridículo! Pode-se não gostar, mas a verdade é que o PC é o partido em Portugal que possui maior densidade ideológica. Reduzir a adesão dos eleitores a uma questão de "afectividade" só porque o líder tem uma personalidade que cria empatia junto dos eleitores é o mesmo que caracterizá-lo ou arrumá-lo como uma espécie de Evita Perón. Eu não alinho na intenção, pelo que me continua a interessar pelo debate das ideias.

Anónimo disse...

Eu sempre disse que a ideologia vale alguma coisa, especialmente se for acompanhada de Educação.

Anónimo disse...

É uma ideologia extraordinária. Porquê?

Foram ensinados assim desde pequeninos e não acreditam nas bestialidades gratuitas que a sua ideologia cometeu.

Anónimo disse...

Olho para o Mundo, para a Natureza Humana e para as várias tentativas de aplicação prática do Comunismo e e fico espantado como é que se pode ser comunista.
A "força" de Jerónimo de Sousa fundamenta-se e alimenta-se no "azar" de todos nós: a crise.
Para encontrar forças para vençer as dificuldades, uns vão à missa ouvir o Padre e em busca da Fé, outros vão à Festa do Ávante ouvir o (afectuoso) Jerónimo de Sousa.