23.4.08

O SILÊNCIO DOS PORTUGUESES



Este sujeito imagina que, por ter promovido duas ou três reuniões íntimas, passou a haver um "grande consenso político e social" sobre o "tratado de Lisboa". O que ele nunca explicou foi a perda que objectivamente o "tratado" representa para os países "médios" da União, ou seja, para países como o nosso. Sócrates teve os seus quinze minutos de fama internacional mas, irresponsavelmente, não deu uma palavra aos portugueses sobre o que estava em causa, refugiando-se em trivialidades "consensuais". As repercussões do que os senhores deputados votaram, sem um módico de reflexão, só se farão sentir lá mais para diante, provavelmente quando Sócrates constar do rodapé num almanaque da história. A menorização a que os povos europeus se prestaram, não referendando o "tratado", é a prova da "consideração democrática" em que os seus césares de circunstância os têm. A Irlanda vota porque está na constituição, senão também estaria metida neste embuste. Portugal aprovou a "constituição europeia" - sem hino, bandeira e "lema"- travestida de "tratado de Lisboa", a coroa de glória de Sócrates. Agarre-se a ela porque não terá outra.

Adenda: Não reconheço ao 1º ministro, seja lá ele quem for, qualquer tipo de "superioridade" intelectual, política ou outra para passar atestados de anti-europeísmo a quem não defende o "seu" tratado de Lisboa. Já sabia que Sócrates não é homem de cultura democrática. Não precisava de o recordar constantemente.

5 comentários:

Anónimo disse...

O "sujeito" não tem culpa. É o povo o culpado. O "sujeito" até "vendeu" bem esta ratificação: por cerca de 20 000 millhões de euros que vão deliciar muitos autarcas, empresas estato-avençadas, construtoras sequisas, deleitados presindentes d enjunta de freguesia, enfim, o povo. É preciso chamar ao povo aquilo que ele persistentemente tem sido: um burro iludido, geneticamente corrupto, cobarde q.b. e incapaz de ver um boi à frente dos olhos. Haja quem comece.

Anónimo disse...

o animal precisa de ser montado. no meu tempo de Coimbra dizia-se, de acordo com a praxe, em latinorum macarronorum antes da montagem da "besta" "nos quoque gens sumus et cavalgare sabemus"

Freire de Andrade disse...

Como eu disse no meu blog:
Hoje foi um dia triste, não pelas nuvens cinzentas que se acumularam no céu de Lisboa, mas pelas nuvens negras que a ratificação do Tratado de Lisboa pelo nosso parlamento trará sobre nós.
Um tratado que, pelo pouco que consegui compreender, compromete ainda mais a nossa soberania e terá efeitos nefastos no nosso desenvolvimento e nas relações com os nossos parceiros europeus. Não gosto do tratado pelo que ele representa. Não gosto do tratado pela forma como foi aprovado e principalmente pela forma como a sua aprovação foi cozinhada entre os grandes e pressionada de forma pouco democrática.
...

Anónimo disse...

Muito bem. Sabe que acho curioso não haver sequer uma sondagem (que eu tenha visto) sobre o que os portugueses acham do Tratado. De preferência que não fosse da Eurosondagem

Nuno Castelo-Branco disse...

Tens muita razão e podes incluir o cavalheiro que ratificará a coisa, ou seja, aporá assinatura. Não te rales muito, porque dentro de dez anos, os alemães é que decidirão o que fazer do monstrinho. Nessa altura, já a Polónia terá sido integralmente comprada, e os checos, austríacos, húngaros e baltas serão parte do lebensraum da RFA. Até lá, chupem bem a teta da vaca, e sem vergonha de qualquer espécie. Essa gente "amiga e aliada" bem nos prejudicou durante muitos e muitos anos, dando armas e financiando os nossos inimigos. Agora paguem o que nos devem!