22.9.06

CULPA DELE?

Antes de recolher ao jazigo de família - a PGR - o dr. Souto Moura revelou ao país o resultado do inquérito ao chamado "envelope 9". Deu numa acusação a dois jornalistas. Quanto às "fontes", nada. Antes que a patrulha de serviço comece a enterrar ainda mais o pobre dr. Moura, convém aclarar duas ou três coisas. Alguém verdadeiramente esperava mais deste inquérito? Com certeza que não. Alguém acredita verdadeiramente no processo onde estava integrado o "envelope 9"? Duvido. Em permanente "duelo", a investigação criminal e a investigação jornalística encarregaram-se de destruir metodicamente qualquer possibilidade de se estabelecer "a verdade", se é que existe alguma naquele malfadado processo. Atacar o elo mais fraco e mais fácil - os mensageiros - corresponde a encerrar da forma mais medíocre possível um mandato profundamente indigente e mal explicado. Culpa do dr. Moura? Não. Culpa de quem o nomeou e de quem o manteve.

6 comentários:

Anónimo disse...

Cáustico ...mas com a pontaria afinadíssima.

Anónimo disse...

Os seus comentários sobre o denominado "envelope 9" e sobre o actual PGR não se compatibilizam com a inteligência e a seriedade que, sobre variados temas, transparecem nos seus "posts" . Sabendo-se também que não é ignorante nas "coisas" do Direito, fica por saber a razão da animosidade que dedica ao actual PGR. Nada mais podia aquele fazer tida em conta a decisão proferida no Tribunal da Relação relativamente ao recurso apresentado pelo 24 horas. Creio que não percebeu nada ou, pior, não quer perceber. O Dr. Souto Moura foi, em muitos anos, o único PGR verdadeiramente impermeável a pressões políticas ou outras. Parece que alguns não gostam. A maioria dos portugueses identifica--se com o seu mandato e reconhecê- -lo-ão como homem sério.

Anónimo disse...

Homem sério. E quem disse o contrário? Não é a sua seriedade que está em causa mas a sua "indigência". Foi assim que "li" o post.

Unknown disse...

João,
para qualquer Estado de Direito, ter tido Souto Moura como PGR teria sido um privilégio e uma garantia de isenção e seriedade. Em Portugal, foi um incómodo porque a malta gosta é dos majores, das fátimas pérons, do marocas e dos white-castles!
Francamente, nem sei como o PGR aguentou estoica e solitariamente o peso de tal missão até ao fim...
Entristece-me ver que, afinal, Portugal não tem elites porque, se as tivesse, não teriam permitido que o regime destruísse o PGR e, com ele, a possibilidade de regeneração da III República.
Assim, que venha o próximo, garante de que tudo voltará à mediocridade, perdão, normalidade...

Anónimo disse...

Tantas reacções elogiosas a Souto Moura fazem-me desconfiar. E quanto à maioria dos portugueses se identificar com o seu mandato, duvido. Talvez no Burkina Faso. Mas isto sou eu, um má língua com o defeito acrescido de não ser ingénuo.

Anónimo disse...

Oh JG e SENHORES do DIREITO como é que a PGR transformou um "crime privado" que precisa de uma queixa formal do ofendido ao MP, num "crime público" que assim o MP pode investigar sem apresentação de queixa ?
EXPLIQUEM-ME COMO SE EU TIVESSE 4 ANOS sff.