Decorreu ontem, sob o alto patrocínio do Senhor Presidente da República, a abertura solene do ano judicial. Dupla infelicidade, risível e trágica. O ano judicial "abriu" em Setembro com a "solenidade" trapalhona que se conhece e em condições materais e humanas a roçar o latino-americanismo. Depois, a sessão solene juntou pessoas que, há muito, já não deviam representar os agentes judiciários, nem de facto ou de direito nem politicamente. Mais. Pessoas a quem a opinião pública já não reconhece a menor autoridade para se pronunciarem sobre a matéria. Tudo visto e ponderado, o Senhor Presidente da República presidiu a uma farsa cheia de maus comediantes em fim de carreira. E repetiu-lhes um discurso que eles, no seu crónico e teimoso autismo, não ouvem. A coisa, vista na televisão, arrepiava. Qualquer urgência hospitalar do SNS é mais confiável que a justiça portuguesa. Tal como está mais valia encerrá-la solenemente.
7 comentários:
E aparecer um tratante metido em assuntos de pedofilia, off-shores, gamanço em directo de gravadores, mandar bocas, só me pode provocar uma coisa: vómitos.
João Gonçalves:
Já, há milénios, David, o salmista, lamentava:
«Náo há um justo,
nem um sequer.»
A coisa, vista na televisão, arrepiava.
O que arrepiou foi saber-se pelos jornais que um dos Doutos Senhores tirou o colar para poder falar mais à vontade e todas as televisões estavam no bar nesse momento a comerem uns croquetes pois nada viram.
"O ano judicial corresponde ao ano civil" - ar~tº 11º, nº 1 do diploma que "Aprova a Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais" - Lei 58/200, de 28/08.
É um facto que o ano judicial já teve início após as férias judiciais de verão, mas há muito que não é assim.
Luís Moreira, advogado, Leiria
se estava ali para falar em nome da "Ordem" deveria ter o "colar" posto, de outra forma, deveria ter sido impedido de usar da palavra.
E o dito farsante que tirou o colar veio, imaginem, acusar OS OUTROS de ânsia de mediatismo!!!
Como é que o PR dá o seu alto patrocínio àquela ópera bufa?
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