30.11.09

TENHAM PACIÊNCIA


Uma das coisas mais fascinantes de Istambul - Istambul, toda, é uma das cidades mais fascinantes do mundo - é a profusão de mesquitas. E onde há mesquitas, há chamamento para as orações. O cruzamento desses sons é outra das coisas fascinantes de Istambul. Isto serve para dizer que aprecio mesquitas. É um lugar de culto como outro qualquer e que me merece todo o respeito. O mesmo que me suscita o resultado de uma consulta popular, vulgo referendo. Os suiços decidiram-se pela suficiência dos minaretes construídos nas suas mesquitas. Não querem mais. Por consequência, levantou-se imediatamente o coro internacional dos padroeiros da correcção política para atacar a decisão suiça. O argumentário é conhecido.Todavia, se existe país que dispensa lições destes curandeiros é a Suiça. Esta gente, no fundo, só suporta a democracia de que se reclama dona quando a democracia "vota" a seu favor. Tenham paciência.

9 comentários:

Eduardo Freitas disse...

A analogia com o Climategate(*) parece-me evidente. Se os termómetros mentem, as temperaturas que eles marcam também "mentem", naturamente.

(*) - Não está na altura de fazer um post sobre este tema?

Mani Pulite disse...

NÃO É PRECISO ACABAR COM OS MINARETES.BASTA PROIBIR OS ALTIFALANTES, ESSA TERRÍVEL INVENÇÃO DOS "CRUZADOS".EM TODO O MUNDO, INCLUINDO NO MUNDO ISLÂMICO.A POLUIÇÃO SONORA MUNDIAL DIMINUÍA IMEDIATAMENTE E TALVEZ O GORE DIGA QUE ACABAVA O AQUECIMENTO GLOBAL.QUANTO A MIM DEIXAVA DE ACORDAR ÀS 5 DA MATINA QUANDO ESTOU NUM PAÍS ISLÂMICO.

Garganta Funda... disse...

Os «fracturantes», os «bloquistas», os «laicos e republicanos» da nossa praça tudo fazem para retirar os crucifixos das escolas portuguesas.

Este fim-de-semana os suiços votaram contra a proliferação de mesquitas e minaretes no seu território, e toda uma legião do «politicamente corrente» em conluio com os fracturantes e fiéis bloquistas vieram logo a terreiro lavrar o seu protesto e o seu descontentamento pelo resultado dum referendo democrático muma das pátrias onde a democracia não é palavra vã nem é exercidada liturgicamente de 4 em 4 anos.

Estes «fracturantes», tipo «folclore alentejano» deviam, em obediência aos seus princípios, congratularem-se com o resultado do referendo.

Progressistas são os partidos da extrema-direita helvética que não querem mais símbolos religiosos, como defendem aqui em Portugal o BE e o PS socrático....ou não será bem assim?

radical livre disse...

a contínua mudança está bem expressa nestes versos da Carmina Burana:
«sorte, / és como a lua / mutável,
aumentas continuamente / ou diminuis; /
a vida detestável / oprime / ou cura /
para brincar conosco; /
miséria, / poder, / derrete-os como gelo»

pepe disse...

Não acha absurdo uma limitação constitucional à edificação dum elemento arquitectónico como é o minarete?
O motivo expresso pelo partido proponente foi o da comparação com mísseis e o da entrada do fundamentalismo islâmico na Suiça. Imagino que também acha estúpido e ofensivo.
Depois, há a questão de referendar a liberdade dos outros em agir em igualdade de direitos. Essa é, a meu ver, a questão que o seu post levanta de modo pertinente.

MINA disse...

Concordo plenamente que Istambul é uma das cidades mais fascinantes, se não do mundo, pelo menos do mundo islâmico.

Quanto à construção de minaretes nas mesquitas suíças, não vejo qual o inconveniente já que o minarete é um elemento arquitectónico das mesquitas tradicionais, como se colocam (ou colocavam), torres e cruzes nas igrejas tradicionais. Julgo que a questão deveria residir em não se permitir a utilização dos minaretes para o apelo dos "muezzin" para as orações diárias. Isso constitui poluição sonora e é desnecessário nos nossos dias.

Aliás não me recordo de ter ouvido esse chamamento nas seis ou sete vezes que estive em Istambul (mas talvez estivesse distraído ou me esqueci), ao contrário do Cairo onde o chamamento é difundido por poderosos altifalantes.

Porém, o resultado do referendo não me surpreende já que os suíços são, na minha opinião, um povo muito estranho. Se há um país onde não fosse capaz de viver era a Suíça.

Unknown disse...

Não se trata sòmente de "correcção política".
Trata-se também, e muito, de cobardia - da cobardia que mascaram ,exactamente, com a"correcção política" .
E que é posta a nu pelos helvéticos - que, tal como os Russos, conhecem bem a natureza "destas coisas"...
E , realmente , os Suíços são um ppovo muito estranho - uma democracia desde os finais do sec XIII,formada por cantões diferenciados geográfica,linguistica e populacionalmente e que têm sobrevivido até aos nossos dias sem pedir licença a ninguém.
Muito diferentes (para pior, claro!) dos povos esclarecidos e progressistas que fazem alegremente "descolonizações exemplares" e, nºao menos alegremente, elegem trafulhas para primeiro-ministro...

Nuno Castelo-Branco disse...

A gente das "repúblicas e laicidades", é quem mais furiosa está com a decisão referendária dos suíços. São exactamente os mesmos que aqui obrigam as escolas a retirar crucifixos, etc. Em que ficamos? Se NÃO se referenda o tratado de Lisboa, isso é anti-democrático. Se se referenda o casamento gay, isso é anti-democrático. Se se pretender referendar a presença dos crucifixos, isso é anti-democrático. Se se exigir aos países muçulmanos que os sinos das igrejas cristãs possam tocar, isso é anti-democrático e provocador.
Mas a que tipo de bestas estamos entregues?

Cáustico disse...

É absolutamente natural, e eu aprovo-a sem limites, a decisão do governo suíço de limitar o número de minaretes das mesquitas existentes no país. Vou mais longe ainda. Não é o número de minaretes que deve ser limitado mas sim o número de mesquitas, senão a eliminação pura e simples das existentes.
Os cobardolas e interesseiros dos chamados países cristãos esquecem-se que existe uma quase impossibilidade de se construírem templos cristãos nas regiões onde impera o islamismo. Digam-me quantos templos cristãos existem na Arábia Saudita? Se os muçulmanos não autorizam a construção de templos cristãos nos seus territórios porque razões se julgam com o direito de quererem mesquitas nos países ditos cristãos?
Uma religião que põe o seu deus a negar a morte e crucifixação de Jesus Cristo; que põe o seu deus a disciplinar o assassínio por vingança (Pena de Talião); que põe o seu deus , por um lado, a afirmar que a sua mensagem corrobora as mensagens anteriores de Moisés e de Jesus Cristo e, por outro, a contraria-las dispondo que um homem pode ter até quatro mulheres e incitando à violência, não pode ter templos nos países cristãos.
Só imbecis se podem curvar aos muçulmanos.