A primeira vez que me cruzei com Sócrates foi pelos idos de 1988, no parlamento. Ia falar com um amigo que trabalhava no grupo parlamentar do PS. Julgo que terá sido no dia em que Constâncio e Cavaco assinaram qualquer coisa sobre a constituição mas já não me lembro bem. Agora de Sócrates lembro-me bem. Calças de ganga, um cigarro na boca (nessa altura ainda não tinha sido invadido pela correcção global que, entre outras coisas, o tornaria famoso), camisa à banda e risco levemente ao meio aposto na toponímia capilar. Desmazelado, portanto. O decurso do tempo, as circunstâncias e os homens alteraram isto tudo. E alguma autenticidade, se a havia, perdeu-se.
4 comentários:
Não caia nessa: não confundir desmazelo com "purezas iniciais". As pessoas mudam pouco: Nesse desamazelo, como agora no "cuidado" há atitudes adequadas e ao serviço de fins.
Isso chama-se "SUBIR NA VIDA"
Acho-lhe tantas analogias com o António Bernardo da Costa Cabral...A ascensão meteórica com desvio direitista. O autoritarismo. Os jeans em vez da samarra. A fortuna feita em pouco tempo e pelos mesmos métodos.O palacete agora é na Braamcamp em vez da Calçada da Estrela. Falta o título mas agora o que se usa é o grande cargo internacional. E falta a queda...
Muito bom.
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