6.8.06

QUANDO O TELEFONE TOCA


A "diplomacia" parece que ainda não compreendeu a sua irrelevância no conflito em curso no Líbano e em Israel. Do alto da sua impotência, a França e os EUA imaginaram uma atitude diplomática, abençoada pela cada vez mais irrealista ONU. O Líbano já respondeu e eventualmente Israel, apenas interessado no seu "espaço vital", fará orelhas moucas. No "terreno", a mortandade e a destruição continuam. Israel jura pela eliminação das "estruturas" do Hezbollah e o Hezbollah responde com mísseis que vão "subindo" pelo território judaico acima. Nada corre bem a Israel. Nem os "amigos", nem a guerra propriamente dita. Aparentemente a guerrilha terrorista está tão ou mais activa do que estava no primeiro dia. E o "avanço" de Israel pelo Líbano adentro apenas tem servido para arrasar um país, sem dó nem piedade, à imagem do que os piores algozes anti-semitas fizeram no passado ao povo judaico. Parece que Israel ainda não se esqueceu - como podia? - do que aconteceu, por alturas da criação do Estado israelita, à conta do seu sagrado "Lebensraum". É por isso que eu achei uma certa graça a um editorial do José Manuel Fernandes, no Público. Jurava ele que, para além dos amáveis panfletos que o exército israelita deixava cair suavemente sobre as localidades libanesas que tencionava bombardear a seguir, "até" chegava a telefonar aos autócnes a "pedir-lhes" para abandonarem as suas casas porque Israel se preparava para as arrasar à conta dos terroristas atomizados um pouco por todo o lado e por lado nenhum. Se telefonassem para a casa do JMF com uma conversa destas, o que é que ele faria? É que nem sempre o telefone toca pelas melhores razões.

2 comentários:

Anónimo disse...

Para o JMF só a causa israelita é nobre. Os libaneses são "os cordeiros" a oferecer em sacrifício do "espaço vital" de Israel.
As parábolas do Antigo Testamento estão a ser levadas à letra.

Anónimo disse...

João Gonçalves,
só por ignorância (não será o seu caso) ou por malícia (desonestidade) é que Você pode dizer esses disparates de comparar as destruições (reais, ninguém diz o contrário) no Sul do Líbano com "o que os piores algozes anti-semitas fizeram no passado ao povo judaico" (expressão comovente - para disfarçar o seu preconceito?).
Para mais, usar a expressão 'espaço vital' (e em Alemão!), com o significado histórico que ela tem, para descrever o que se passa em Israel, é de um mau-gosto obsceno de que V. se devia envergonhar. Você pode dizer gracinhas como "o seu sagrado Lebensraum" e provocar alguns risos idiotas, claro que pode, mas os Israelitas não estão como nós aqui a brincar aos blogs, percebe?, eles estão a lutar pela existência do seu país.