6.8.06

A PONTE SALAZAR

Portugal é, como a generalidade dos seus nativos, um país mal-resolvido. Quando disseram a Salazar que iam dar o seu nome à nova ponte que ligava Lisboa a Almada - era assim que um professor de Direito que tive na Católica e que fora ministro da Saúde do dito cujo, se referia à obra - o ditador advertiu que isso só ia trazer sarilhos. Como se sabe, logo a seguir ao "25 de Abril", os "revolucionários" de serviço, com a raivinha toda nos dentes, encheram os pilares da ponte com pichagens anti-Salazar e arrancaram o nome do antigo chefe do governo da placa toponímica. Pressuroso e manietado pela rua, o novo regime apressou-se a mudar o nome da ponte para o que agora ostenta. Acontece que a história não se arruma com uns graffitis ou com "lavagens" ad hominem. A ponte existe e Salazar existiu precisamente no tempo em que ela foi construída. É uma obra que não deve rigorosamente nada à revolução de "25 de Abril". Haveria é há, seguramente, muitos "marcos" para a honrar. A ponte é que não.

21 comentários:

Anónimo disse...

Continuamos preocupados com ninharias!

Chamo-lhe sempre "a ponte" ou "a ponte sobre o Tejo" e tudo bem.

Já faço o favor ao Sr. Silva de chamar à outra "do Montijo" ou "Vasco da Gama".

Não vale a pena perder tempo com isto.

Bart Simpson disse...

Portanto, pelas suas palavras, mais vale manter o nome e perpetuar um gajo porreiro, é isso?

Anónimo disse...

Neste caso "não vimos o mesmo filme".
Não vi "raivinha nos dentes". Vi um povo que se sentia ultrajado com a ostentação de um nome, cujo dono o amordaçou.

A verdade é nunca ninguém lhe chamou "Ponte Salazar"... nem depois "25 de Abril".

O nome foi mal escolhido à primeira e... "quem nasce torto tarde ou nunca se endireita"

Cláudia [ACV] disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Cláudia [ACV] disse...

[o comentário anterior tinha gralhas]

João,
ironicamente, esse é um processo "tradicional" nos momentos de ruptura política em Portugal, não houve revolução que não tivesse transportado a rejeição (mais ou menos abrasiva) do passado. A arqueologia toponímica das nossas vilas revela sob cada Praça da República uma Praça de El-Rei-Que-Outorgou-o-Foral, sob cada Avenida Mouzinho da Silveira uma Avenida Marquês de Pombal.

HMAG disse...

A questão em causa vai em linha com as atitudes de mudança de regime, em que se corta radicalmente com tudo o que fazia parte do regime sem olhar ao facto de ser algo útil,inútil ou que deveria ser indiferente...

Cegueira Revolucionária!

joshua disse...

A ponte Pênsil do Tejo Ocidental tem um encanto são-franciscano e o ser usada para algarvelinar as férias conduz a reflexões arqueológicas.

Ponte Olissipo-Tagitana, ora aí estava um nome mais pacífico e mítico, romantizando de vez com a questão.

Anónimo disse...

Ainda há pessoas preocupadas com o nome da ponte, trinta e quatro anos depois da mudança??? Sinceramente isto é o exemplo acabado dos Velhos do Restelo. Os 105 depósitos ao balcão do BES na conta do CDS não interessa nada?

Anónimo disse...

Percebo onde quer chegar. Povo que não é capaz de enfrentar os seus fantasmas. Toda a gente tem medo de Salazar, porque intimamente sabem que Salazar é um produto de todos nós! Não se impôs, fomos construindo-o! E isso assusta!
Lembro-me de Mandela, que visitando a viúva do homem que institucionalizou o apartheid, numa cidadezinha que ostentava a sua estátua, virou-se para aqueles homens e mulheres, reaccionários mas que o recebiam, e disse-lhes: - Tão pequenina a estátua. Podiam tê-la feito maior!

Anónimo disse...

De facto, estar preocupado com o nome da ponte sobre o Tejo (como sempre foi e será chamada, antes e depois da Vasco da Gama) é coisa de somenos.
De acordo com o comentário de Ana Claudia Vicente (12,45h).
Foram os tipos com a "raivinha dos dentes" que proporcionaram a todos (e a si também) a liberdade para escrever o que lhe aprouver sem qualquer tipo de censura (a não ser a própria, claro).
Mais importante são, de facto, os tais "105 depósitos ao balcão do BES na conta do CDS", como refere o comentário do "sentado na lua" (08,55AM).

""#$ disse...

Caro JG:

Em coimbra construi-se um ponte para atravessar o Mondego.
Decidiu chamar-se a essa ponte PONTE EUROPA.

Os revolucionários "cheios de raivinha" da direita igrejófila e retrogáda decidiram alterar o nome e passar a chamar à ponte "Rainha Santa Isabel.

Já agora, em moscovo, a partir de 1989 começaram a deitar-se abaixo estátuas de Estaline e Lenine e simbolos do pcus.
Pressuponho com base no post que deveriam mantidas?

Anónimo disse...

A Rainha Santa Isabel, é padroeira de Coimbra. Viveu e morreu nesta cidade. Evitou uma guerra civil. Teve uma preponderância importante na vida política do país. Lutou por uma política social e mais humana. O facto de ser uma mulher muito religiosa e de ter sido canonizada pela igreja em que é que a diminuiu e em que é que diminui o seu trabalho como rainha e como pacificadora de um país, para não merecer o nome numa ponte sem que seja conotada com direitas igrejófilas e retrógradas?
Salazar usou a igreja como bem entendeu e foi durante o seu consulado que as relações com a igreja mais se azedaram na 2ª metade do século XX, ao ponto de o Papa se recusar a visitar Lisboa, como não visitou Pretória do apartheid e visitou a cuba de Fidel!

Anónimo disse...

Isabel, velha e doente, evitou ainda uma guerra com Castela, facto que lhe custou a própria vida, devido à viagem e incómodos que teve de suportar.
Antes de morrer passou os dias na obscuridade, afastada da vida social, gastando a sua fortuna com pobres e doentes. Goya pintou-a nesses afazeres! È um simbolo de paz e solidariedade. Que melhor nome para uma ponte?
Não teria menos mérito se fosse ateia, muçulmana, judia ou budista. Foi cristã e disso deu testemunho!
Salazar é o fantasma que os portugueses têm de enfrentar e exorcizar porque está dentro de cada português que têm medo de tomar o destino deste país nas mãos e aguardam sempre por um pai autoritário ou pela Europa dos euros, simplesmente porque não se dão ao respeito. Talvez se houvesse mais praças e mais ruas com o nome de Isabel, fizesse os portugueses reflectir e ganhar coragem!
Deixem o Salazar enterrado e bem enterrado!
A Europa é para ser vivida por todos não é para ser nome de pontes.

Anónimo disse...

Para quem não sabe: Salazar morreu.

Anónimo disse...

... e. coitado, enganou-se ás vezes!!! quanta raivinha tinha ele aos que se lhe opunham!! "lusitânea "não ama a liberdade; sim, o ódio.

Anónimo disse...

Salazar foi apenas um TRAIDOR, que castrou Portugal durante décadas! Muitos lutaram e resistiram, mas ainda sobram demasiados eunucos.

Que a pouco e pouco lhe irão fazendo companhia, felizmente...

BOAS FÉRIAS!

Anónimo disse...

os revolucionários de Abril, com o poder ficarm mais salazarentos que Salazar...produto de uma época.Há quem vá sempre recordar Salazar,como um exemplo.Esta ponte foi construída numa época sem dinheiro, em que quase não se cobravam impostos, mas se preferem Narcisos e outros abrileiros...que aniquilam sob o "azul da democracia"... vá lá todos sabemos a verdade...

Anónimo disse...

Salazar �mandou� construir pontes, auto-estradas, vias r�pidas, escolas, universidades, institui�es, bairros sociais, est�dios, complexos desportivos� um sem n�mero de coisas, n�o teve apoios da CEE, n�o havia o IVA, nem portagens.
Por apagar o nome dele de uma ponte, pensam que apagam-no da mem�ria dos Portugueses?

Anónimo disse...

O Rui Fonseca disse tudo, ele morreu mas vive e aterroriza quem quer ver este pais destruido e vendido a retalho aos estrangeiros.Calem-se as bocas que um dia apontaram o dedo a ele, os pobres intelectuais que lutam para verem ele esquecido, seram eles a ser esquecidos. Nos eramos um pais orgulhoso, grandioso e respeitado

Anónimo disse...

Este é, infelizmente, um dos sintomas da triste e atrasada mentalidade portuguesa. A verdade é a verdade e a verdade histórica é fundamental para qualquer país.
Não há comentário possível sobre esta situação. Depois admirem-se que se torne Santo um desconhecido da História, sem Biografia, sem dados correctos dobre a sua vida. Façam um exercício, o que está correcto e documentalizado na nossa História? Será que os Jerónimos ainda comemoram a chegada à Índia? Infelizmente parece que sim. Triste País

Anónimo disse...

Chamar traidor a Salazar não corresponde à verdade e ofende a sua memória. Traidores foram e continuam a ser os anti-patriotas que continuam a envergonhar-se de serem portugueses, da História de Portugal, dos grandes feitos dos seus antepassados, das conquistas. Aos poucos têm conseguido acabar com o que restava de um Império. Contribuíram para o jogo de interesses de países estrangeiros, como a Inglaterra e os EUA. Retalharam Portugal Ultramarino e entregaram as nossas províncias aos inimigos de Portugal, ofendendo a memória te todos aqueles que combateram e derramaram o seu sangue, por terem jurado defender a Pátria, a Bandeira Portuguesa.